[ L’universitaire contre l’analyste: le rêve de faire sans l’inconscient dans le rêve ou le projet anti-freudien de Tobie Nathan ]
Tradução | Paulo Sérgio de Souza Jr.
“Um professor, que escreve à margem de meu ensino, acreditou fazer uma descoberta ao dizer que o sonho não pensa. É verdade, ele não pensa como um professor. Ele engana ou se engana, o sonho? O professor não quer fazer a pergunta ao sonho para que o sonho não a devolva ao professor”
— Jacques Lacan, entrevista para a Radio France-Culture. Texto publicado em Le Coq-Héron, 1974, n. 46/47, pp. 3-8.
Neste texto, quero propor uma retomada das teses ditas “etnopsiquiátricas” de Tobie Nathan, por conta dos ecos que elas continuam a ter no campo da clínica na França e em outros lugares.
1 | Breve perfil
Essas teses já foram objeto de diferentes análises críticas quanto ao seu rigor teórico, sua pertinência prática, até mesmo seus alicerces ideológicos — e isso já há duas ou três décadas[1]. Minha reflexão buscará então se focar numa outra dimensão, até então ainda não encarada, situando-se mais adiante em relação às que acabo de evocar. Trata-se mais precisamente da relação do autor dessas teses com o discurso analítico.
Tobie Nathan, para apresentá-lo brevemente, era professor universitário de psicologia clínica. Era psicanalista e frequentemente o afirmava com veemência. Situava-se como o escolhido e o continuador das teses de psicanálise complementarista de Georges Devereux. Este lhe teria dito, desde o primeiro dia de encontro com Nathan: “Tobie, você será meu sucessor!” Palavras que Nathan, muito tempo depois, comenta da seguinte maneira: “E essa frase terrível, propondo — ou melhor, predizendo — que eu o sucederia, sendo que eu sequer havia começado a minha tese; essa frase, ele me disse no primeiro dia e ali me encurralou”[2].
Atualmente, e para dar mais amplitude a sua “teoria dos espíritos”, ele se lança numa carreira pós-universitária na qualidade de conselheiro cultural nos serviços diplomáticos franceses no exterior, primeiro no Benin e em Israel, na sequência. Procuraria, assim, se tornar, como ele mesmo diz dit, o mediador entre os Deuses e seus conselheiros, pois para além da cultura-terapia que ele propõe aos humanos, “é entre os deuses”, segundo ele, “que urge conduzir as ações diplomáticas”[3].
Ademais, ele dá uma série de entrevistas e de conferências. Escreve bastante, também; especialmente romances e textos autobiográficos — o que, aliás, tornou possível a reflexão que estou propondo.
2 | “Eu, Nathan, Psicanalista”
Sem rodeios, a respeito do seu interesse pela psicanálise ele fala de “vocação”: “Quando tinha 14 anos, achava que me tornaria psicanalista”[4], afirma ele. “Aspirava de todo o meu ser”, diz, ademais, “tornar-me psicanalista e professor”[5]. Essa vocação precoce vai, em seguida, com a adolescência, inflamar-se em paixão: ele passará horas a fio com um colega de classe brincando de psicanalista[6]. Um pouco mais tarde, por volta dos trinta, essa vocação-paixão encontrará, para se conservar, uma outra motivação:
Minha mãe[, diz ele,] me ensinou matemática entre 6 e 12 anos; eu lhe falei de psicanálise entre 25 e 35 anos. O que ela adorava, acima de tudo, era que eu conseguia fazer com que ela encontrasse as chaves ou seus óculos a partir das suas associações de ideias. Isso a fazia rir. Eu não sabia então que encontrar os objetos perdidos era uma das funções de todos os curandeiros do mundo[7].
Eis aí como se encontravam delineados os contornos de uma carreira acadêmica e de um sistema de pensamento.
O paradoxo é que essa relação apaixonada e passional de Nathan com a psicanálise, mantida durante sua carreira universitária através de solenes afirmações quanto a ser psicanalista, vai tomar outras direções:
Essa relação vai, primeiramente e aos poucos, assumir a forma de elaborações intelectuais que, segundo ele, deveriam se opor à psicanálise no que ela tem de falho ou de infundado. À medida que ele cultiva uma prática clínica culturalista, inteiramente posta a serviço de sua carreira universitária, nós o vemos muito aferrado a construir um sistema teórico-clínico embasado em noções como o espírito, o eu, o duplo, a vontade, a influência etc., noções que vão — lenta, porém seguramente — suplantar, para ele, as noções freudianas capitais, tais como o inconsciente, o sujeito, o desejo, a transferência, o recalque; quer dizer, todos os conceitos que fundamentam a ética analítica e que constituem o arcabouço teórico-prático da psicanálise.
Essa relação vai, em seguida — e cada vez mais francamente —, transformar-se numa denúncia de regra, muito apoiada, do discurso psicanalítico[8]. Denúncia sistemática desse discurso que vai levá-lo a juntar sua assinatura às dos quarenta conspiradores d’O livro negro da psicanálise.
Tentaremos ver a que se deve esse paradoxo. Faremos isso mediante um desvio pela temática do sonho e sua interpretação que se torna, para Nathan, o campo de batalha privilegiado em sua última guerra contra o projeto freudiano.
3 | “A” nova interpretação dos sonhos de Nathan é igual ao neurofisiológico mais o cultural menos o inconsciente
Antes de chegar aos desenvolvimentos ulteriores e derradeiros de Nathan sobre essa questão, retornemos com ele, num primeiro momento, a um período em que ele ainda mantinha uma identificação com o ego freudiano[9]. Hoje é bem conhecido este sonho intitulado “A injeção de Irma”, sonho tido por Freud nos primórdios da psicanálise e relatado, pelos seus cuidados, como um legado e uma bússola para a posteridade psicanalítica. Também se reconhece bem que é graças à cuidadosa leitura desse sonho por Jacques Lacan que nós compreendemos que esse sonho revela o desejo de Freud, apesar das hesitações de seu ego, de introduzir a ética analítica no ato terapêutico[10]. Nathan, por sua vez — como muitos outros, aliás —, não fica para trás quanto à retomada desse sonho princeps. Também vai se interessar por ele, mas vai lê-lo de modo limitado, em função dos reboliços de seu próprio eu.
Ele considera — sem informar as razões para tanto, aliás — que a chave que permitiria compreender esse sonho é a emigração de Freud de Freiberg. Daí, por uma espécie de projeção justificadora de sua poria posição, ele generaliza essa interpretação dizendo: “se os psicanalistas frequentemente são emigrantes, é porque o desdobramento sofrido quando da emigração os incita a se desdobrarem, a seguir, profissionalmente”[11]. Deve-se entender, aqui, o seu desdobramento entre a sua aspiração pela psicanálise e sua ancoragem forçada na etnopsiquiatria.
Num prolongamento dessa identificação imaginária a Freud, ele próprio chega a produzir seu próprio sonho princeps, que ele intitula “síndrome da valise”, dando a ele o subtítulo: “sensação de precariedade cultural e interesse científico pela etnopsiquiatria”. É um sonho que, segundo ele, “coloca em cena as rupturas precoces de meu ambiente cultural e presta contas do meu interesse científico pela etnopsiquiatria”[12]. E eis aqui como ele resume o conteúdo: “esse sonho parece falar de etnopsiquiatria — meu domínio de pesquisa —, do ofício de psicanalista, da emigração, da histeria, de pulsões sexuais edipianas; por fim, da minha mãe enquanto porto de matrícula”[13].
Na sequência, e num segundo momento, não vai ser suficiente comparar-se com Freud, que ele adulou até então. Ele vai, isso sim, tentar derrubá-lo, assim como já havia feito com G. Devereux. Assim, fazendo notar que, apesar da debilidade da teoria de Freud sobre o sonho, ninguém até então ousara propor uma nova, Nathan vai consagrar a isso uma obra que ele intitula A nova interpretação dos sonhos [La nouvelle interprétation des rêves]. Nessa interpretação com A maiúsculo, ele retoma e desenvolve suas ideias sobre a questão da qual reúno aqui, em três partes, o essencial:
O primeiro é o que ele chama de projeto ideológico da psicanálise, projeto fundamentado na enganadora ficção do inconsciente. O segundo ponto concerne ao estatuto da interpretação em psicanálise tal como ele a concebe.
– Primeiramente, para Nathan, a psicanálise redunda apenas num puro e simples projeto ideológico que só faz dar continuidade ao processo político de individualização e de laicização, encetado no século 18, com o que esse processo comporta de “aceitação da inelutabilidade do caos”. E se a psicanálise chega, segundo ele, a realizar tão bem esse projeto, é à medida do poder demagógico e populista que ela detém sobre as pessoas.
O interesse do público pela psicanálise, se ele existe, advém então, ao que lhe consta, de seu poder demagógico de vender às pessoas, aos cidadãos e ao consumidor médio, sua ficção do inconsciente. Graças a essa ficção enganadora, a psicanálise “expulsou os não humanos dos sonhos dos humanos, quase convencendo da absoluta solidão narcísica do homem em seus sonhos”[14]. Uma vez desmascarada e denunciada essa ficção enganadora, convém então erradicá-la:
Freud, segundo ele, “almejava que sua teoria do sonho fosse sua descoberta mais bem estabelecida. Mas, hoje em dia, ninguém pode mais falar do sonho sem se referir oas desenvolvimentos da neurofisiologia”[15]. E com um ardiloso atalho, ele afirma que na medida em que a neurofisiologia estabeleceu que “o sonho é uma fatalidade fisiológica, ele não pode, de maneira alguma, ser a realização (alucinatória) do desejo (recalcado) de um indivíduo singular”[16]. Assim, o grande sonho de Nathan se veria finalmente realizado: que a neurofisiologia chegue a tornar perfeitamente caduca a concepção freudiana do sonho.
Essa concepção já não passava, a seu ver, de uma cópia descorada das oniromancias da Antiguidade, das quais Freud não passa do perfeito falsário. “Atribui-se a Freud”, diz ele, “a ideia de que a imagetização do sonho segue um percurso de jogos de palavras, de trocadilhos, de significações se estruturando numa espécie de rébus; essa ideia é, na verdade, uma das principais proposições de Artemidoro. É dele que Freud também toma emprestado que muitas das representações geográficas do sonho são metáforas corporais. Contudo — leitura demasiado rápida; má compreensão do pensamento de Artemidoro ou obnubilação por seu próprio impulso teórico —, Freud negligencia aquilo que, para Artemidoro, é o essencial: não a língua, não as funções corporais, mas a preditividade do sonho”[17]. E, para terminar, Nathan remete o leitor a certos intérpretes da Antiguidade, insistindo: “Sua leitura repetida será de grande ajuda a quem quer se aventurar na compreensão da interpretação dos sonhos”[18].
– Isso nos leva, em segundo lugar, à questão da interpretação em psicanálise. Segundo ele, esta não pode ser, como tal, outra coisa que não a colocação em exercício da alienação em massa de pessoas. Ela é, assim, perfeitamente “compatível com a nova sociedade que vem, uma sociedade finalmente livre de seus demônios, de seus deuses e de seus invisíveis”[19].
Contudo, essa crítica flamejante, que pode passar por corajosa intelectualmente e progressista ideologicamente, recobre e esconde um desconhecimento intrínseco da função da interpretação em psicanálise. Para que serve, então, a interpretação em psicanálise? Ela não serve para nada, diz Nathan: o psicanalista “não tem nada a oferecer”, in fine, a seu cliente — sobretudo, nada que o restaure em sua unicidade”. Mas por quê? Porque, para ele, a psicanálise, enquanto matriz de interpretação dos sonhos, “pressupõe a ignorância do público”. Contudo, e inconvenientemente, “as revelações que ela mantinha em reserva acabaram vindo a público”, na medida em que todo mundo pode “delas tomar conhecimento nas obras de psicanálise”. A psicanálise, acrescenta ele, “tendo deixado difundir o essencial das interpretações disponíveis através das publicações e dos relatos dos usuários, não é mais “compatível com um tempo de circulação rápida das informações através da mídia e das redes sociais”[20]. Ao sujeito do nosso tempo, Nathan propõe, como se viu, uma cultura-terapia pelos espíritos, fundamentada nas asserções neurofisiológicas.
Compreende-se justamente, assim, que a interpretação só pode ser da ordem de um saber objetivado, possuído pelo clínico e do qual o paciente é desprovido. O passo à frente do clínico em relação ao seu paciente necessita da posse de um saber objetivo com o qual ele subjugaria seu paciente, revelando a ele as 4 verdades do seu desejo. Então, a interpretação analítica tal como Nathan a concebe, só pode ser, em suas mãos, um brinquedo quebrado. Vejamos como.
4 | Nathan ou o paradoxo de ser psicanalista sem se tornar um
Após ter defendido seu doutorado, ele se lança no exercício da clínica. Decerto estava engajado numa análise pessoal, mas, em sua prática clínica, admite não ver nem saber em que consiste a prática do tratamento analítico nem mesmo como fazer com que se chegue a uma terapia analítica. Não tendo podido, seguramente, encontrar em seu próprio tratamento aquilo que teria podido ajudá-lo a se orientar em sua clínica, ele se conformava com os conhecimentos livrescos, esperando encontrar aí aquilo que poderia guiá-lo em sua prática. “Eu aplicava”, diz ele, “o mais seriamente os princípios da psicanálise, tal como li nos livros… E não percebia seus efeitos”[21].
Ele se vê, então, desorientado em sua clínica, e se pergunta, atormentado, por que não chega a produzir em sua prática aquilo que está exposto nos livros sobre a psicanálise.
Os textos psicanalíticos, [escreve ele,] que são publicados às centenas, fervilham, contudo, de exemplos de psicanálises milagrosamente bem-sucedidas, cujas viradas decisivas se operavam em seguida a uma interpretação fulgurante! Por que razão isso não me acontecia?[22]
Boa pergunta, de fato! Como é que isso não lhe acontecia de jeito nenhum, logo ele que morre de vontade de produzir, com todas as forças, interpretações fulgurantes que siderariam seu interlocutor, seguindo sua fantasia de sempre, que é de ser “aquele que faz desembuchar as tripas”, isto é, aquele que, de sua posição de Mestre, daria a seu paciente a significação derradeira que designaria seu ser.
Como é que ele faz, então, frente a esses pacientes que vinham se consultar com ele e que, conforme diz, “não faltavam à hora marcada, tinham prazer no processo iniciado, driblavam infatigavelmente preocupações cotidianas e questões existenciais, mas não se curavam”[23]. Como é que ele faz, então!? Sem saber o que fazer, nem como proceder, ele se resigna a esperar, conforme diz: “Eu me repetia as mesmas palavras de consolo que escutava por toda parte: ‘é preciso dar tempo ao tempo’”.
Depois de cinco anos de análise pessoal, Nathan faz duas tentativas para se fazer aceitar como psicanalista pela Sociedade Psicanalítica de Paris. Mas globalmente, sua chama passional pelo objeto psicanálise começa a esfriar, e o realce esperado da psicanálise como acréscimo ao seu estatuto universitário começa a embotar.
Em seguida ao seu primeiro pedido recusado, “começava”, diz ele, “a se infiltrar em mim uma sensação de inanidade, como se uma página tivesse sido virada a meu despeito”[24]. E como ele estava autorizado a fazer um pedido uma segunda vez, ele o faz, prossegue sem atribuir a isso importância, diz ele: “em suas reflexões teóricas, o interesse pelo ‘inconsciente’ começava vagarosamente a se diluir, substituído por minhas interrogações, cada vez mais complexas e documentadas, sobres os espíritos… Os espíritos começavam a me parecer mais inteligentes que o inconsciente; sua busca, menos fastidiosa; seu conhecimento, mais complexo e mais rico. Pois, no fim, diante de “uma manifestação do inconsciente”, tínhamos apenas uma única solução: submeter-se à sua lei. Ao passo que com os espíritos, podíamos usar a astúcia, contorná-los…, fazê-los trabalhar a serviço do terapeuta”[25]. O que poderia haver de melhor para glorificar o eu do terapeuta, com efeito, além de lhe garantir a biologia como base e os espíritos como auxiliares.
Mesmo assim, Nathan foi admitido no instituto de psicanálise como aluno e futuro psicanalista. Contudo, talvez ainda fosse cedo demais — e, certamente, até mesmo tarde demais — para saber alguma coisinha a respeito do que é um desejo de analista, o desejo de Freud por uma psicanálise e pela sua ética.
Pois espera-se de uma análise que ela leve um analisante ao encontro da falta no saber. Supõe-se que ela o leve ao encontro da falha no Outro e, ao mesmo tempo, a experimentar o encontro dessa falha em sua própria pessoa. Esse encontro produz um efeito subjetivo modificador inegável. O sujeito não muda, mas tudo mudaria para ele em sua relação com o Outro. A resultante subjetiva do atravessamento que esse encontro produz torna-se a ferramenta mais importante para aquele que se propõe a assumir a transmissão dessa experiência com os outros.
Alguns analisantes — até aspirantes ao exercício da psicanálise; até mesmo, ainda, pretensos analistas — infelizmente não chegam a esse atravessamento e se veem levados a redobrar a sutura dessa falha por meio de práticas e elaborações intelectuais altamente defensivas, perversamente orientadas — com ou sem jogo de palavras, aliás. A divisão subjetiva, em suspenso, encontra-se doravante suturada e, portanto, saturada por mais-saber e muito gozo. ♦
REFERÊNCIAS
ANDRÉ, Serge (2003) Devenir psychanalyste… et le rester. Bruxelas: Éditions QUE.
COTTET, Serge (1982) Freud et le désir du psychanalyste. Paris: Navarin éditeur.
CLÉMENT, Catherine; NATHAN, Tobie (2002) Le divan et le grigri. Paris: Odile Jacob.
FREUD, Sigmund, L’interpretação des rêves. Paris: PUF, 2003.
LACAN, Jaques (1954-55) Le séminaire, livre II: Le moi dans la théorie de Freud et dans la technique de la psychanalyse. Paris: Seuil, 1978.
MALEVAL, Jean-Claude (2003) “La psychanalyse suscite-t-elle des maladies iatrogènes ?”, Ornicar? Revue du champ freudien; pp. 75-91.
_____. Étonnantes mystifications ; de la psychothérapie autoritaire, Paris, Navarin/Le champ freudien, 2012.
NATHAN, Tobie (2012) Ethno-roman. Paris: Grasset (“Le livre de Poche”).
_____. (2011) La nouvelle interpretação des rêves. Paris: Odile Jacob.
_____. (1988) Psychanalyse païenne. Paris: Odile Jacob-Poches, 1995.
SAFOUAN, Moustapha (1983) Lacan et la question de la formation des analystes. Paris: Seuil.
_____. (1988) Le transfert et le désir de l’analyste. Paris: Seuil.
* Abdelhadi Elfakir é maître de conférence em psicopatologia clínica na Université de Bretagne Occidentale – UBO (Brest, França).
** Paulo Sérgio de Souza Jr. é psicanalista e tradutor. Bacharel e doutor em linguística pelo Instituto de Estudos da Linguagem – IEL/Unicamp, é pós-doutor em teoria literária pela Faculdade de Letras da UFRJ. Foi professor associado da Faculdade de Letras da Universidade Alexandru Ioan Cuza (Iasi) e tradutor residente do Instituto Cultural Romeno (Bucareste). É responsável pela organização da coletânea A psicanálise e os lestes (São Paulo: Annablume), cujo vol. 1 foi publicado em 2017.
[1] Os últimos em data, ao que me consta, são da pena de Jean-Claude Maleval — primeiro em um número de Ornicar?, em 2003, e depois em sua obra de 2010, Étonnantes mystifications [Estupendas mistificações] (Paris, Navarin/Le champ freudien, 2012). Essas duas referências críticas delongam-se particularmente sobre a noção de “influência” que Nathan emprega como substituto da “relação de transferência” e na qual ele vai fundamentar todo o seu sistema teórico-prático.
[2] CLÉMENT, Catherine; NATHAM, Tobie (2002) Le divan et le grigri. Paris: Odile Jacob, 2002; p. 47.
[3] CLÉMENT, Catherine; NATHAM, Tobie (2002) Le divan et le grigri. Paris: Odile Jacob, 2002; p. 28.
[4] CLÉMENT, Catherine; NATHAM, Tobie (2002) Le divan et le grigri. Paris: Odile Jacob, 2002; p. 45.
[5] NATHAN, Tobie (2012) Ethno-roman. Paris: Grasset (“Le livre de Poche”); p. 184.
[6] NATHAN, Tobie (2011) La nouvelle interprétation des rêves. Paris: Odile Jacob.
[7] CLÉMENT, Catherine; NATHAM, Tobie (2002) Le divan et le grigri. Paris: Odile Jacob, 2002; pp. 24-25.
[8] Sua rejeição a esse discurso analítico tornou-se tamanha que, numa conversa, Catherine Clément se viu obrigada a dizer: “tu remarqueras que, par égard pour toi, j’évite de parler de refoulement”. Cf. CLÉMENT, Catherine; NATHAM, Tobie (2002) Le divan et le grigri. Paris: Odile Jacob, 2002; p. 38.
[9] Sua preferência pela psicologia do ego em detrimento da análise do inconsciente faz com que ele diga que “caso se clinicasse na França como se faz na América, eu teria continuado na psicanálise”. Cf. CLÉMENT, Catherine; NATHAM, Tobie (2002) Le divan et le grigri. Paris: Odile Jacob, 2002; p. 74.
[10] J. Lacan, Le séminaire, livre II (1954-1955), Le moi dans la théorie de Freud et dans la technique de la psychanalyse, Paris, Seuil, 1978, pp. 177-204.
[11] NATHAN, Tobie (1988) Psychanalyse païenne. Paris: Éditions Odile Jacob, 1995; p. 207.
[12] NATHAN, Tobie (1988) Psychanalyse païenne. Paris: Éditions Odile Jacob, 1995; p. 204.
[13] NATHAN, Tobie (1988) Psychanalyse païenne. Paris: Éditions Odile Jacob, 1995; p. 210.
[14] NATHAN, Tobie (2011) La nouvelle interprétation des rêves. Paris: Odile Jacob; p. 238.
[15] NATHAN, Tobie (2011) La nouvelle interprétation des rêves. Paris: Odile Jacob; p. 238.
[16] NATHAN, Tobie (2011) La nouvelle interprétation des rêves. Paris: Odile Jacob; p. 238.
[17] NATHAN, Tobie (2011) La nouvelle interprétation des rêves. Paris: Odile Jacob; p. 82.
[18] NATHAN, Tobie (2011) La nouvelle interprétation des rêves. Paris: Odile Jacob; p. 243.
[19] NATHAN, Tobie (2011) La nouvelle interprétation des rêves. Paris: Odile Jacob; p. 81.
[20] NATHAN, Tobie (2011) La nouvelle interprétation des rêves. Paris: Odile Jacob; p. 81.
[21] NATHAN, Tobie (2012) Ethno-roman. Paris: Grasset (“Le livre de Poche”); p. 272.
[22] NATHAN, Tobie (2012) Ethno-roman. Paris: Grasset (“Le livre de Poche”); p. 273.
[23] NATHAN, Tobie (2012) Ethno-roman. Paris: Grasset (“Le livre de Poche”); p. 272.
[24] NATHAN, Tobie (2012) Ethno-roman. Paris: Grasset (“Le livre de Poche”); p. 287.
[25] NATHAN, Tobie (2012) Ethno-roman. Paris: Grasset (“Le livre de Poche”); p. 297-298.
COMO CITAR | ELFAKIR, Abdelhadi (2018) O universitário contra o analista: o sonho de fazer sem o inconsciente no sonho ou o projeto antifreudiano de Tobie Nathan. Lacuna: uma revista de psicanálise [Trad. P. S. de Souza Jr.]. São Paulo, n. -5, p. 8 , 2018. Disponível em: <https://revistalacuna.com/2018/06/04/n05-08/>.