Carta aos/às jovens psicanalistas hoje

por Miriam Debieux Rosa

Esta carta é inspirada nas “Cartas a um jovem terapeuta: reflexões para psicoterapeutas, aspirantes e curiosos”[1], de Contardo Calligaris[2] e foi escrita a partir da interpelação do Círculo Psicanalítico de Pernambuco que me convidou para uma transmissão endereçada aos e às jovens psicanalistas de hoje.

O formato de uma carta convoca para uma conversa pessoal que me fez trabalhar, associar, formular e reformular as perguntas que já me fiz para pensar nos desafios dos jovens psicanalistas nestes tempos sombrios em que a morte invade a vida e, em meio a uma pandemia, se trava um embate, uma guerra, sobre os destinos do país que demanda um posicionamento de cada um de nós.

Uma primeira pergunta me remete a escolha sobre o lugar e as ferramentas a que recorro para agir no mundo: Por que ainda escolher a psicanálise?

Algumas imagens me chegam, ajudando a responder — nós estudantes, sentadas nas escadas da PUC-SP, final dos anos 70, com a displicência e acidez dos 20 anos, brincando de traçar um perfil das psicanalistas, a nosso ver. Havia uma mistura de hostilidade e atração — hostilidade porque, por vezes, em sala de aula, perguntas ou questionamentos de algum aspecto da teoria psicanalítica eram desencorajados a partir da ideia de uma resistência à psicanálise.

A minha escolha pela psicanálise foi por duas vertentes. Como analisanda, tratando minhas inibições, sintomas e angústias, tendo também sido acompanhada na construção das escolhas que tive que fazer na vida. Sem as psicoterapias e análises — passei por várias analistas — eu seria outra, talvez mais adaptada aos usos e costumes. Mas, tirando as muitas atrapalhadas do caminho, fui no rumo das minhas inquietações e prefiro assim.

Também foi fruto das minhas experiências de atendimento clínico. Tive uma pequena Anna O. na minha história: em um atendimento, eu comentava sobre o que uma criança brincava e ela, pacientemente, levantou-se e passou um zíper na minha boca.

De outra feita, em um estágio, dava os resultados dos testes psicológicos do filho de uma senhora negra, analfabeta, e ela, sentada de lado, sem olhar para mim, só dizia “sim senhora”. Parei de falar — reproduzia-se ali uma relação patroa-empregada ou talvez mais antiga, dos tempos coloniais; alguns diriam que seria a relação médico-paciente, ou mesmo efeito da transferência — mas eu tive uma certeza: não era essa a perspectiva de relação que eu queria para o meu trabalho e nem para minha vida.

Passei por várias abordagens de trabalho e a escolha pela psicanálise foi feita somente depois, quando, a posteriori, pude positivar e sustentar essa decisão. E cresceu junto com outra escolha — estar na universidade onde, como professora, tive e tenho o privilégio de acompanhar e aprender com jovens!

Creio que estas memórias, encobridoras certamente, ajudam a dizer várias coisas.

A princípio, que a escolha tem “razões que a própria razão desconhece”[3], pois remete a um modo próprio de engajamento ético-político. Depois, que é sempre atualizada com as questões que surgem na clínica e nas relações com os pares.

Diversas vezes pensei em abandonar o campo, mas uma fala da minha analista me convocou a dar outra direção às minhas insatisfações, de modo mais implicado — por que você não escreve a sua posição?

Ou seja, caros (as) jovens, a psicanálise não é um campo teórico-clinico fechado, completo, em que algumas autoridades dirão o que ela é ou não, o que está certo ou errado. Há uma perspectiva ético-política que lhe é fundante, mas, a partir daí, é um campo em construção que precisa ser atualizado com base nas questões de cada tempo.

Outro ponto que me parece relevante: a psicanálise tem uma importante contribuição como terapêutica. Mas, principalmente, propõe uma experiência que dá lugar e reconhecimento às invenções de si mesmo. E, especialmente em tempos que valorizam as imagens formatadas e despotencializam as relações, a experiência psicanalítica permite esse tipo de laço social, de laço com o outro, em que se pode afirmar sua singularidade e pertença, com um outro que testemunha seu processo.

Certamente não é o único lugar e modo de fazer e, mais do que isso, em muitos contextos não é suficiente. Mas, como diz a psicanalista Caterina Koltai, talvez seja um dos poucos lugares no atual contexto em que é possível a aventura pelo território do outro em nós, do estrangeiro em nós.

Isso posto, destaco aos e às jovens psicanalistas, a dimensão de experiência e a potência de transmissão desse tipo de laço social. Como experiência, supõe que essa aventura seja partilhada. Não há caso clínico se a questão do analisando não produz um enigma para o analista — por vezes perturbador, pois, como dizia Freud, em uma antiga tradução, não há quem se aventure pelos demônios d’alma sem que também seja tocado por eles —  aqui tematizamos a transferência, a contratransferência e as modalidades de dar tratamento às questões do sujeito às voltas com a pulsão, seja analisando, seja analista.

Tais enigmas envolvem as tramas do desejo e do gozo presentes na cena analítica e também o contexto familiar, social e político. Nestes últimos, o mesmo contexto do psicanalista, ou seja, o contexto em que vocês, jovens, também vivem.

Desse modo, não se trata de assistir uma aventura íntima presente nas fantasias do assim chamado paciente — na psicanálise trata-se das modalidades de des/construção de um corpo e de um sujeito materializado e constituído em uma história, em histórias não ditas, recusadas, recalcadas, foracluídas, desmentidas, não só pelo sujeito, mas pelo campo social.  Tais tramas comparecem na história de cada um — toda a trama da história social e suas versões que compõem a constituição de uma “vida como ela é”, como dizia Nelson Rodrigues[4].

Portanto, a implicação presente na cena analítica é do analisando com o seu desejo aprisionado, capturado nas malhas discursivas.  Mas não só. A implicação é do analista no processo de desvelamento do sujeito nas condições sociais e políticas que engendram as interdições e o sofrimento sócio-político.  Inclui o lugar do analista no pacto social, especialmente quando este subjuga, domina, escraviza. Essa condição, de um pacto social que beneficia o analista mas não inclui parte expressiva da população, incita o analista a tomar uma posição — nesse ponto não há neutralidade possível, pois depende disso a condução do trabalho analítico.

Freud não recuou de sua posição quando esta feria a sensibilidade, moralidade ou interesses de sua época e pagou caro por escutar as mulheres, por reconhecer a sexualidade infantil na criança e no adulto – disputou com os saberes constituídos, questionou a moralidade época.

Cabe a vocês, estarem atentos(as) aos impasses subjetivos, sociais e políticos da sua época! Assim, queridos e queridas jovens, a ética psicanalítica não permite um lugar confortável, pois não é adaptativa a uma sociedade que se quer promotora da paz e do bem-estar. A clínica é crítica, é política e tem em seu cerne a transformação. Ela diz de um modo de operar no presente ressignificando o passado e mirando uma abertura para o futuro de cada sujeito e de cada sociedade.

E mais, como essa direção não é dada a priori, o campo e as relações entre os psicanalistas, e entre os psicanalistas de cada geração, é de tensões e de embates. Essa questão, jovens colegas, não é um problema, pois todo campo científico, toda sociedade, todo sujeito, avança no e pelo conflito — aquilo que o paralisa que é o problema.

Nessa medida, na psicanálise o sintoma tem um lugar muito sui generis — ele indica um arranjo bem-sucedido do sujeito sustentado em uma teoria própria sobre as modalidades possíveis de satisfação na relação com o outro, sociais e amorosas — arranjo que, no entanto, se solidifica e caduca, incitando uma atualização. Mas olhem que curioso, a atualização do inconsciente diz respeito exatamente ao que parece o seu oposto — o retorno do recalcado na relação transferencial.

Isso se dá porque o sujeito se organiza em temporalidades próprias que se sucedem e combinam: a compulsão à repetição, a antecipação estruturante que, como no estádio do espelho, aliena o sujeito mas o situa um ponto no futuro, e a significação retroativa, o après-coup, que permite ressignificar e compor a narrativa e a historicização do sujeito, que o recoloca em posição de saber e, ai sim, atualiza o desejo.

Desse modo, a repetição é modalidade temporal que tem por função repetir um passado que não se inscreveu, negado, desacontecido. A compulsão à repetição tenta ligar os elementos de uma experiência não adquirida para que essa experiência possa se tornar presente e, dessa forma, atualizar o inconsciente. Ou seja, o sujeito se constitui em diferentes temporalidades: na alternância entre o movimento metonímico que atualiza o desejo e a cristalização sintomática em identidades. Essa temporalidade indica que a apreensão de si e do mundo é marcada pelo desconhecimento e reconhecimento e, portanto, tornando sucessiva e concomitante a alienação e a verdade, a identidade e a singularidade, presentes em sua condição de ser.

Pelos fragmentos de pensamento, afetos e imagens é que a experiência é temporalizada, se torna marca, inscrição que permite inventar um novo destino. Entretanto, tais movimentos do sujeito são freados pelas políticas do gozo, quando o excesso de consistência do acontecimento, associado ao desacontecimento (nada de novo no front ou na versão atual, “isso é mimimi”), lança o sujeito na condição de “não poder não recordar”, modo como Agamben[5] descreve a condição de pessoas nos campos de concentração.  Trata-se de um impedimento do esquecimento, do recalque necessário para separar-se do acontecimento.

Isso dito, para tornar-se um psicanalista atual faz-se importante articular elementos heterogêneos tais como sujeito e política, linguagem e discurso, história do sujeito e história de seu lugar no laço social, atentar à distribuição de lugares na estrutura social e de bens materiais e culturais. O seu trabalho será de barrar a repetição monótona e automática e sem história.

Nesse aspecto, cara/o jovem, as notícias não são boas. Vivemos um tempo em que são evidentes a ascensão das políticas nacionalistas e excludentes, assim como do racismo e da xenofobia, com formas renovadas de segregação e políticas de morte — o tempo parece retroagir ao pior da nossa história social e política, comparecendo, com novas roupagens, o patriarcado, o colonialismo e o racismo.

Torna-se evidente, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, o alto preço cobrado pelas promessas do capitalismo avançado e do liberalismo de uma vida com conforto material, que seria possível a todos que, com um esforço a mais, como diria o Marquês de Sade, acessariam individualmente supostas liberdade e prosperidade em seus empreendimentos. Esses enunciados portam um discurso sem palavras que determina lugares e posições que possibilitam exercer, de modo obsceno, ideologias convertidas em objetividades e neutralidades na linguagem cientificista, economicista, naturalista — nada contra a ciência — tudo contra o cientificismo.

Os percalços desse atual ideário recaem sobre as formas de subjetivação, mas são particularmente perversos sobre aqueles assinalados pelos marcadores sociais de discriminação. Constata-se que vivemos um aprofundamento e uma extensão dos racismos, em que muitos pagam além de uma libra de carne, em perda de gozo, como diz Lacan, e são submetidos a uma mera sobrevivência, no aguardo ansioso e na luta por sua libertação, ou, ao menos, por um lampejo de futuro para seus descendentes que dê coragem para sustentar sua luta.

No Brasil o abalo à democracia é evidente, apoiado pelos historicamente poderosos do país, que fomentam discursos de ódio ampliados em seu escopo aos homossexuais, às mulheres e aos sempre odiados quando ousam sair do “seu lugar”, os pobres e os negros. Retorna sem máscaras, das entranhas da história, o negativismo histórico condensado na suposta democracia racial que perpetua a desigualdade obscena.

O fato é que o suposto pacto social brasileiro não inclui e nunca incluiu todos; a libra de carne a pagar pela pertença e segurança não contempla os que ocupam as margens e entram na pertença social na condição da invisibilidade e submissão.

Os desafios são enormes. Tratam de abordar os silenciamentos, os impasses à fala e à escuta promovidos pelos marcadores sociais e de atentar para o modo de construção do caso clínico e suas táticas de intervenção na direção de fazer dos marcadores sociais marcas, marcas de dor, de luta mas, não mais, signos de um destino escrito pelos mecanismos do poder, de submissão e morte.

Pois bem, aqui vêm as boas notícias — vocês, jovens, fazem parte delas!

Apesar desse cenário político, vemos eclodirem movimentos sociais e políticos que têm recontado a história pela versão das mulheres sobre sexismo, dos negros e negras sobre racismo, dos explorados sobre a escravização por outros meios. Alguns chamam tais movimentos de identitários para caracterizá-los como dejetos, como uma massa informe, de hordas de zumbis. Trata-se de uma tentativa de calar aqueles que rompem o silenciamento imposto pelo desamparo discursivo, aqueles que buscam desnaturalizar os sofrimentos sociopolíticos a que foram submetidos e que anunciam a verdade do seu tempo.

Inútil! Vemos que, com propriedade, os movimentos sociais retomam as coordenadas históricas da dominação e, coletivamente, com vida e entusiasmo, efetivam a proposta de Lélia Gonzales[6]: o lixo vai falar, vai falar numa boa, como dizia. Falam e geram perturbação do instituído, nos jogos de poder.

A minha geração, graças a esses movimentos, tem podido desnaturalizar certos discursos e práticas sociais em uma transmissão às avessas, reescrevendo nossas histórias. Vocês estão nos escrevendo cartas preciosas! E estamos lendo com entusiasmo e vendo como comparecem na clínica, seja onde for exercida.

Também na psicanálise vemos entrar em cena novos protagonistas que, a meu ver, abrem uma nova geração de psicanalistas. Inúmeros grupos, especialmente grupos negros e periféricos, ganham autonomia e passam a formar e ocupar espaço de formadores. Desafiam as relações de poder e autorização à psicanálise. Entram na cena, não apenas para serem escutados, mas para serem protagonistas, produtores da psicanálise.  Tais protagonistas nos levantam reflexões sobre como o(a) psicanalista brasileiro(a) opera sua práxis em uma sociedade dividida e sob pura tensão em vários planos: político, social, epistêmico e epidêmico.

Esse novo movimento parece-me absolutamente inédito no campo psicanalítico, promovendo uma transformação da e na psicanálise, fazendo repensar os pilares das instituições de formação do psicanalista, assim como da universidade e das relações de poder ali presentes.

Ainda quero apontar-lhes brevemente dois desdobramentos dessa questão: sobre a condução do tratamento e a formação do psicanalista. Quanto à implicação e ao assentimento subjetivo às condições de pertença, tão caros à psicanálise, que se assinale, não podem ser automáticos, não podem culpabilizar, ao modo das políticas liberais, o sujeito pela pobreza, pelo desemprego, pelo desamparo social. É preciso clareza política para não ser enredado nas pactuações de benefícios de determinados grupos sociais em detrimento de outros, assim como pelos modos de manipulação dos afetos e desejos para melhor subjugar as possibilidades por vezes muito pequenas de escolhas que se apresentem. Nesses casos, como disse acima, a experiencia psicanalítica não é suficiente — os movimentos sociais e políticos são fundamentais para compor uma força de transformação social e subjetiva. Há muitos saberes culturais e modalidades de enfrentamento que podem acionar a resistência aos mecanismos de opressão.

Saliento o segundo desdobramento: não basta para a formação do analista o estudo teórico da psicanálise, a análise pessoal e a supervisão clínica. Se concordamos com Lacan[7], que psicanalistas devem estar à altura do seu tempo, formar-se analista supõe verificar se os fundamentos teóricos, epistemológicos e clínicos dão conta de responder às interrogações de cada época. Além de se debruçar sobre as ferramentas psicanalíticas é preciso desenvolver um pensamento crítico apoiado em outros campos, o que inclui estudar as ciências políticas, estar atento(a) aos territórios, estar perto dos acontecimentos do seu tempo. Como diz Boaventura[8], trata-se de descolonizar o olhar — o que cabe também aos psicanalistas.

Assim, para ser atual e psicanalista, jovem ou não, cabe-nos “escovar a história a contrapelo”[9], como diz Walter Benjamin, ou seja, cabe considerar o que não está relatado nos registros e documentos oficiais, rompendo silêncios e trazendo elementos da história dos oprimidos. Tal tarefa supõe visitar criticamente, atualizar os posicionamentos epistemológicos sobre a sociedade, a história, a política e o sujeito, em sua implicação com os impasses contemporâneos.

E, se a psicanálise é uma práxis, não há atualidade sem repensar a práxis, ou seja, a psicanálise comparecendo em ato, marcando presença no campo social e político, pode favorecer a inscrição, na história, dos marca – dores para romper as repetições, com potência para nortear, renovar e vitalizar as possibilidades de uma transformação que inclui sociedade e sujeito e invenção da vida.

Ser atual, ser contemporâneo, é ser um tanto estrangeiro, estranho, incômodo, em seu próprio tempo, posição por excelência do psicanalista. Contemporâneo, como ajuda Agamben, “é aquele que mantém fixo o olhar no seu tempo, para nele perceber, não as luzes, mas o escuro”[10]. No escuro está o que não é evidente, estão os não ditos que permitem romper naturalizações e reler fatos tidos como óbvios e corriqueiros.

Esse trabalho não se faz sozinho(a), jovens colegas — é preciso buscar os pares! E aqui Galeano que nos ajuda em “O livro dos Abraços”: “Quem são os meus contemporâneos? — pergunta-se Juan Gelman. Juan diz que, às vezes, encontra homens que têm cheiro de medo, em Buenos Aires, em Paris ou em qualquer lugar, e sente que estes não são seus contemporâneos. Mas existe um chinês que, há milhares de anos, escreveu um poema, sobre um pastor de cabras que está longe, muito longe da mulher amada, e, mesmo assim, pode escutar, no meio da noite, no meio da neve, o rumor do pente em seus cabelos; e lendo esse poema remoto, Juan comprova que sim, que eles sim: que esse poeta, esse pastor e essa mulher são seus contemporâneos.”[11].

Esse é um primeiro passo! Caso queiram, podemos caminhar juntos inicialmente, mas, depois, são vocês que seguem e é bom procurar seus contemporâneos para atravessar o deserto do real!

Boa sorte!

Miriam Debieux Rosa

São Paulo, 19 de novembro de 2021.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

AGAMBEN, Giorgio.  Homo sacer: o poder soberano e a vida nua.  Belo Horizonte: UFMG, 2002.

_______. “O que é o Contemporâneo?” In: O que é o Contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó, SC: Argos, 2009.

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. In: Obras escolhidas, vol.1. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BLAISE, Pascal. Pensées, fragments et lettres de Blaise Pascal: publiés pour la première fois conformément aux manuscrits, originaux en grande partie inédits par Prosper Faugère, vol. 2, Paris: Andrieux Éditeur, 1814.

CALLIGARIS, Contardo. Cartas a um jovem terapeuta: reflexões para psicoterapeutas, aspirantes e curiosos, Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2002. Disponível: <https://anarquista.net/wp-content/uploads/2013/03/O-Livro-dos-Abra%C3%A7os-Eduardo-Galeano.pdf>.

GONZALEZ, Lélia. “Racismo e sexismo na cultura brasileira”. In: Ciências Sociais Hoje: Movimentos sociais urbanos, minorias étnicas e outros estudos (ANPOCS), 1984, pp. 223–244.

LACAN, Jacques. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

RODRIGUES, Nelson. A vida como ela é…. São Paulo: Saraiva, 2006. Disponível: <www.cotaperiscopica.com.br/files/A-Vida-Como-Ela—–Nelson-Rodrigues.pdf>.

ROSA, Miriam Debieux; VICENTIN, Maria Cristina; CATROLI, Viviani S. C. “Viver em tempos sombrios: a experiência e os laços com os contemporâneos”. In: Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v. 15, n. 1, p. 51-68, abr. 2009.

SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (Org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.


* Miriam Debieux Rosa é Psicanalista, graduou-se em Psicologia na PUC-SP, onde foi professora a partir dos 24 anos e fez o Mestrado e o Doutorado. Foi Prof. Titular do Programa de Pós-Graduação da Psicologia Social onde coordenou o Núcleo Psicanálise e Política na PUC-SP, até 2017. Fez pós- doutorado pela Université Paris Diderot, PARIS 7, França. Bolsista CNPq, Brasil (setembro 2015 a julho 2016), na temática de violência e imigração. Atualmente é Professora Titular do Departamento e do PPG de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP. Coordena o Laboratório Psicanálise, Sociedade e Politica (PSOPOL) e o Grupo Veredas: psicanálise e imigração. É Presidente da Rede Interamericana de Psicanálise e Política (REDIPPOL) e Pesquisadora da Rede Internacional Coletivo Amarrações: políticas com adolescentes. Publicou artigos e livros destacando-se Histórias que não se contam: psicanálise com crianças e adolescentes (2010, Ed. Casa do Psicólogo) e A clínica psicanalítica face ao sofrimento sócio-político (Ed. Escuta/Fapesp, 2016, prêmio Jaboti em 2017); é uma das organizadoras, entre outros, dos livros: Debates sobre a Adolescência Contemporânea e o Laço Social (Ed. Juruá, RGS, 2012, do livro Desejo e Política: desafios e perspectivas no campo da imigração e refúgio (Ed. Max Limonad, 2013; As escritas do ódio: psicanálise e política. (2017, Escuta/Fapesp) e Violência e psicanálise: atualizações e intersaberes (2021, on-line Ed. IPUSP. E-mail: debieux@terra.com.br.



[1] CALLIGARIS, Contardo. Cartas a um jovem terapeuta: reflexões para psicoterapeutas, aspirantes e curiosos, Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

[2] Trata-se de uma homenagem à Contardo Calligaris, presença intelectual e afetiva na psicanálise – muitos analistas, eu entre esses, passaram pelo seu divã, em transferência com suas posições criativas, críticas, sempre disponível ao diálogo, com seu sorriso acolhedor.  Estou muito grata ao Círculo Psicanalítico de Pernambuco pela oportunidade de participar dessa homenagem. Ele, os colegas da mesa e os colegas do Círculo Psicanalítico de Pernambuco são meus contemporâneos no sentido dado por Agamben (2009) e Galeano (2002).

[3] BLAISE, Pascal. “Pensées, fragments et lettres de Blaise Pascal: publiés pour la première fois conformément aux manuscrits”, In: Prosper Faugère, vol. 2, Paris: Andrieux Éditeur, 1814, p. 172.

[4] RODRIGUES, Nelson. A vida como ela é…. São Paulo: Saraiva, 2006.

[5]  AGAMBEN, Giorgio.  Homo sacer: o poder soberano e a vida nua.  Belo Horizonte: UFMG, 2002.

[6] GONZALEZ, Lélia. “Racismo e sexismo na cultura brasileira”. In: Ciências Sociais Hoje: Movimentos sociais urbanos, minorias étnicas e outros estudos (ANPOCS), 1984, pp. 223–244.

[7] LACAN, Jacques. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

[8] SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (Org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

[9] BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. In: Obras escolhidas, vol.1. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994, p. 229.

[10] AGAMBEN, Giorgio. “O que é o Contemporâneo?” In: O que é o Contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó, SC: Argos, 2009, p. 62.

[11] GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2002, p. 242.




COMO CITAR ESTE ARTIGO | ROSA, Miriam Debieux (2021) Carta aos/às jovens psicanalistas hoje. Lacuna: uma revista de psicanálise, São Paulo, n. -12, p. 6, 2021. Disponível em: <https://revistalacuna.com/2021/12/14/n-12-06/>.