Lembrar e esquecer: rastros e restos da pandemia

por Patrícia do Prado Ferreira

Esse pequeno texto partiu de inquietações que me atravessam especialmente na clínica desde do que seria uma espécie de “retorno” à vida antes da pandemia. Escutando analisandos, experienciando os dias, compartilhando com colegas, há algo que faz ruído e por essa razão me atrevo nestas linhas. Observo que as pessoas vão trazendo ou se furtando em suas narrativas de algo em comum que aparece verbalizado como uma sensação de atraso, de tempo perdido ou escassez produtiva. Algumas “escolhas” feitas durante a pandemia também são questionadas sem relação ao contexto — como mudança ou perda de trabalho, planos suspensos, relações que se perderam no caminho. A cada vez que isso aparece, sem generalizações, há algo que fica de fora da conta e que compreendo como sendo a não contabilização do período exigente de restrição pandêmica.

Empresto de Freud, em “Lembranças encobridoras”[1], o exercício de interrogar para tentar compreender porquê uma temporada tão dura em que passamos enclausurados tentando nos proteger de um “inimigo invisível” está sendo deixada fora da conta. A primeira hipótese que me aparece é que esquecer o que se passou e apagar os rastros, tal como sabemos com a psicanálise, é um mecanismo psíquico próprio ao que poderia ser compreendido como “traumático”. Afinal, memória, lembrança e esquecimento são problemas cruciais com os quais se depara Freud e que o permite avançar em sua elaboração teórica.

Se por um lado isso me parece uma resposta um tanto convincente para que se possa seguir em frente, por outro, questiono se poderíamos também compreender como um retorno a um estado de captura de uma lógica social de produtividade que, em certa medida, teria sido balançada quando pensar sobre “a vida” como efeito da ameaça da morte tomou conta de nossos dias. Isto é: a volta aos dias sem a escancarada urgência de sobreviver teria realocado os sujeitos nas “linhas de produção”, forçando o esquecimento, (re) alienando-os em torno de seus trabalhos, realinhando um modo de vida em que o sujeito não participa ativamente, mas responde à lógica que o captura.

Antes, relembro a pesquisa multicêntrica desenvolvida sobre os sonhos na pandemia[2]. Todo material onírico ao qual se teve acesso foi “colhido” voluntariamente de pessoas que compartilharam seus sonhos, nos deixando ter notícias do árduo trabalho psíquico que estava em curso nas noites dormidas e sonhadas. Definitivamente, a pandemia exigiu esse trabalho exaustivo do psíquico em uma tentativa de dar algum contorno ao real — pois consideramos que em 2020 o real bateu à porta.

Nesse contexto, os sonhos tiveram uma função de buscar elaborar aquilo que às representações escapava. Foi um momento em que, não por acaso, diversas pesquisas interessadas em processos oníricos foram desenvolvidas em razão do vasto material que transbordava. Aos poucos, a produção de sonhos foi reduzida, embora pudesse ainda aparecer recortes muitíssimo interessantes no estilo próprio aos sonhos, como Freud[3] afirmava, de realização de desejo, numa viva demonstração da lógica do desejo inconsciente. Depois do primeiro instante traumático em que nas produções oníricas apareciam máscaras, medo, morte, monstros disformes, o que a clínica mostrou foi que nos sonhos vieram festas, encontros, bares, shows. Minha hipótese era de que o trabalho psíquico via sonhos naquele momento (mais ou menos ao final do ano de 2020), apontava para a sociabilização. Era uma tentativa de respiro depois de tanto tempo sem encontrar grupos de amigos, sem colocar o corpo com outros na rua, sem partilhar coletivamente. Foi o “jeito psíquico” possível que algumas pessoas encontraram para amaciar a dureza daqueles dias.

A partir de quando se estabeleceu algum tipo de controle da pandemia — certamente desde doses de vacinas — aquilo que era sem data, sem rumo, começou a encontrar uma trilha. Aos poucos algumas pessoas voltaram a trabalhar fora de suas casas (embora outras permaneçam em home office), escolas retomaram aulas, universidades ensaiaram modelos possíveis e garantiram o sistema híbrido, misturando o ensino remoto ao presencial. Temos, assim, o tal do “novo normal” ou uma possível volta à normalidade. Mas essa é uma possibilidade?

Diversos outros autores[4], durante a fase mais aguda da pandemia, apontaram e apostaram (de forma otimista e também de forma pessimista) em uma possível mudança coletiva, na necessidade de tomada de consciência, de transformação de formas de estar no mundo, alertando a impossibilidade, em diferentes termos, de retorno para o que estava antes. É o que poderia ser compreendido como uma “oportunidade” advinda da crise sanitária e, com isso, uma insurreição de uma dimensão crítica urgente, a pandemia crítica, como anunciou esse conjunto de textos aos quais me refiro e que, oxalá, não deveriam tais reflexões caírem no esquecimento. Como a antropóloga Alana Moraes formulou:

Enquanto proposição ontológica, a hipótese epidêmica nos abre a possibilidade de pensar um mundo não como ele “deveria ser”, mas a partir de suas próprias proposições imanentes, febris. Podemos agora imaginar e experimentar como a vida e a política na vida poderiam ser de outra maneira. Reativar essa “Inteligência coletiva” como trabalho primordial nessa dobra de cumplicidade entre ciência e luta: ‘cada um aprendendo a pensar pelos outros, graças aos outros e com os outros’, como vem falando Stengers, como prática de retomar “o tempo e a liberdade para se colocar problemas que valham a pena”.[5]

Pois, é entre coisa e outra que se situa o exercício de lembrar e esquecer. É claro que, como a conhecida passagem de Heráclito de Éfeso sugere, não é possível banhar um mesmo rio duas vezes, o que coloca em imagem que esse “desejo de retorno” é barrado pela realidade: há pessoas que não estão mais, há escritórios que não existem mais, há sentidos que se perderam no meio do caminho — para ilustrar com passagens banais a expressão menor do que poderia ser compreendido como a impossibilidade de retorno “a um mesmo lugar”, sem cair em sustentações teóricas que há muito são elaboradas por tantas pessoas a respeito dessa passagem. Não me ocuparei aqui, considerando o que está dado: não é possível voltar por não existir o mesmo. Cabe ainda o questionamento do que nomeio de “empuxo ao familiar”, que retomo mais a frente.

Os sonhos, como colocado anteriormente, deram a notícia do trabalho psíquico convocado pelo aparecimento de um vírus real, ameaçador e ‘castrador’, recurso que, como Freud nos mostrou, é também saída possível para lidar com experiências traumáticas, lembrando aqui que há uma distinção entre trauma constitutivo do sujeito e o trauma contingente. O trauma inconsciente vai pedir ao sujeito uma resposta que é singular e, em razão disso, cada sujeito respondeu à sua maneira, recorrendo à sua fantasia particular. Mas, pode-se considerar a pandemia como traumática?

Um primeiro ponto na tentativa de responder a essa questão é fazer um uso livre e recorrer a etimologia do trauma, lembrando que o significado de τραῦμα é ferida, isto é, uma abertura, um hiato[6]. Schermann diz que pode se referir “a uma ruptura em um discurso, seja particular ou social”[7] e que, no caso da pandemia, “a noção de trauma poderia ser estendida ao social”[8], na medida em que essa ruptura atingiu a todos. Além disso, a psicanalista afirma que a situação coletiva de pânico, no sentido de se tratar de algo que assola todo um conjunto, também permite considerar que experienciamos um trauma social. Enquanto civilização de um mesmo tempo não havíamos atravessado algo dessa dimensão e, portanto, encontrávamos carentes de registro imaginário e simbólico, o nos demandou, como mostraram especialmente os sonhos (mas não só) um trabalho psíquico [Verarbeitung] constante.

Colette Soler[9] diz que um dos maiores “traumas da civilização” — traumas não sexuais e não constitutivos — que atravessou a psicanálise ainda em Freud foi a Primeira Guerra Mundial, em 1914. Freud junto aos seus pares elaborou posteriormente sobre a neurose de guerra e, em 1918, propôs no V Congresso Internacional de Psicanálise em Budapeste que algo do alcance público psicanalítico fosse revisitado. Isso convocou a um repensar a prática clínica limitada aos consultórios particulares e como desdobramento surgiram pela Europa as clínicas públicas[10].

Uma guerra pode, lembra Soler, ser considerada da ordem de um traumatismo contingente, pois promove rupturas que tomam tanto sujeitos como civilização, em “um real que exclui o sujeito, sem relação com o inconsciente ou com o desejo próprio de cada um, um real com quem ele depara e diante do qual, como se diz, o sujeito “não pode fazer nada”, exceto sofrer as consequências, como tantos outros rastros que consideramos inesquecíveis”[11]. É nesse passo que se pode tomar a pandemia e, mais especialmente, as restrições que dela vieram, como algo da ordem do traumático contingente e que deixou rastros.

É um acontecimento que também poderia ser relacionado a um entrelaçamento das três das maiores fontes de sofrimento elencadas por Freud em Mal-estar na civilização[12], sendo: a fragilidade do próprio corpo, a força da natureza e a relação com as outras pessoas. Entendo aqui que “coronavírus” pode ser localizado numa espécie de não-controle possível da “natureza”; força essa que ameaçava os frágeis corpos na iminência de contaminação, de transmissão do vírus, de não resistir à morte e, para tanto, foi preciso tocar na terceira fonte de sofrimento freudiana: as relações com os outros sujeitos, que passaram a ser ameaças (ainda mais) reais. O traumático contingente encontrando as três maiores fontes de mal-estar do sujeito.

Relembro no intuito de marcar — deixar aqui registrado o rastro — que o período pandêmico exigiu das pessoas um intenso trabalho psíquico. Tratou-se, sobretudo, de uma luta travada contra a possibilidade da morte (especialmente antes das vacinas), colocando todos em um campo de batalha angustiante. Adaptamos nossas vidas, restringimos nosso espaço, nos privamos. Não tomo aqui um conjunto que inclui “todas as pessoas”, pois há aquelas que não tiveram opção de não se arriscar por exigências do trabalho[13], assim como os “negacionistas” tentavam ignorar a realidade.

Longe de ser uma ode ao não-esquecimento, como se devêssemos continuar presos às lembranças e não colando à operação do recalque, o que poderia cair sobre a lógica da repetição, o que busco tentar entender como esse mecanismo do esquecimento “pós-pandêmico” pode ser compreendido, por um lado, como uma saída para seguir adiante do traumático e por isso atrelado a um trabalho psíquico; mas, por outro, uma demanda própria ao nosso tempo, em que antes de tudo, precisamos deixar o que se passou para trás e retornarmos imediatamente à lógica produtiva — sem tempo para elaboração.

Ao cairmos na armadilha de não colocar na conta o período de restrição e o alocarmos em um passado distante, algo retorna como cobrança superegoica e ideia fantasiosa de que aquele momento teria sido “improdutivo”. Digo isso, na medida em que a sensação de “atraso”, de que “ficou parado”, “como se tivesse perdido um tempo” e que agora era para estar “em outro momento” aparece no divã, seja em referência ao trabalho, seja em planos afetivos, amorosos. É como se operasse algo de uma lógica de produtividade própria ao capitalismo que tentasse apagar o registro e os rastros dos dias pandêmicos, recapturando o sujeito, deixando também para trás as reflexões críticas, singulares ou coletivas. Chamo isso, nesses termos, de “empuxo ao familiar”, como uma espécie de recurso psíquico ao qual se pode fazer uso para esquecer, para deixar de lembrar, para apagar. Seria uma combinação entre o próprio ao traumático e a lógica que estrutura o campo social, como se um atuasse em colaboração com o outro.

O escritor Julián Fuks reuniu em um livro textos que escreveu durante a pandemia que são um testemunho sobre acontecimentos e pensamentos pandêmicos. Destaco aqui um trecho de Haverá uma história?:

Haverá uma história para contar quando tudo isso acabar? Haverá razão para ouvir essa história, e paciência para acompanhar as minúcias de tantas vidas interrompidas, tantas vidas paralisadas em destempo? Será narrável a magnitude dessa experiência, tão absoluta e insistente, que de um momento para o outro se apoderou do mundo inteiro e não nos abandona tão cedo? Ou preferiremos não narrar nada, nos render ao desejo de seguir em frente, de deixar tudo para trás, de esquecer, recalcar, ocultando de nós mesmos uma vivência desoladora e agônica, sem redenção possível?[14]

As perguntas que Fuks levanta nesse trecho destacado, assim como o que questiona em companhia de Walter Benjamin em O narrador[15] comungam com o que aqui busquei pincelar. Benjamin é evocado por Fuks a partir da observação contida no início do texto benjaminiano, de que os combatentes retornavam mudos dos campos de batalha, mais empobrecidos em comunicar. Depois, Fuks considera que “contar uma experiência particular será correr o risco de só encontrar ouvidos cansados, ouvidos que se identificam de imediato e então já não querem ouvir, já podem tomar o diálogo por terminado”[16]. Esta passagem de Fuks remete-se, com intenção ou não, aos sonhos de Primo Levi[17] em As nossas noites em que ele narra a indiferença dos que escutam. Os sonhos que sonham nos campos de concentração, que não é somente uma produção onírica que lhe pertence, mas que é também o sonho de Alberto e “talvez de todos”. A cena que se repete de uma narrativa que não é escutada.

Essas considerações são relevantes em tudo que abrem de possibilidade para pensar a questão da importância da narrativa, do testemunho, assim como para a função e o desejo de esquecer. No entanto, considero que elas se aproximam do que pode estar implícito em tentar “retornar ao que era antes”. Depois de tudo, isso pode ser uma artimanha de contorno que envolve satisfação ao sujeito que agora pode (finalmente) voltar a algo que conhece bem — o que, em certa medida, pode ser considerado “familiar”, ao contrário do que foi a ruptura do traumático contingente, que demandou saídas criativas (e exaustivas) aos sujeitos e ao coletivo frente ao desamparo do não-sabido que se instaurou. Se antes a ideia era de que surgiria “outra vida”, o que talvez testemunhemos agora é um “alívio” de retorno ao familiar, ao conhecido.

Isso faz com que o esquecimento seja meio para seguir adiante, embora o traumático do pandêmico esteja registrado e contabilizado na vida. Nós todos estivemos lá, é possível sentir rastros e os restos, mesmo que psiquicamente tentemos esquecer.

Referências

BENJAMIN, Walter (1935) “O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov”. Em: Benjamin, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras escolhidas – volume 1. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987. pp. 197-221.

DANTO, Elizabeth Ann (2005) As clínicas públicas de Freud: psicanálise e justiça social, 1918-1938. Trad. Margarida Goldsztajn. São Paulo: Perspectiva, 2019.

DUNKER, Christian. et al. (2021) Sonhos confinados: o que sonham os brasileiros em tempos de pandemia? Belo Horizonte, MG: Autêntica.

FREUD, Sigmund (1899) Lembranças encobridoras. Em: Volume III das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Trad. de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

_____. (1900) A interpretação dos sonhos.. Em: Vol. IV das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Trad. de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

_____. (1930) O mal-estar na civilização. Em: Vol. XXI das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Trad. de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

FUKS, Julián. Lembremos do futuro: crônicas do tempo da morte do tempo. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.

LEVI, Primo. (1947) É isto um homem? Trad. Luigi Del Re. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.

MORAES, Alana. Atravessar como Medusas contra as coordenadas dos Heróis. Disponível em: <www.n-1edicoes.org/textos/65>. Acessado em: 11 jul. 2021.

PELBART , Peter Pál e FERNANDES, Ricardo Muniz (orgs.). Pandemia crítica – Outono e Inverno 2020. São Paulo: Edições Sesc/N-1 edições, 2021.

SCHERMANN, Eliane Zimelson (2020) O que uma psicanalista tem a dizer sobre a pandemia do novo coronavírus? In: Café História – História feita com cliques. Disponível em: <www.cafehistoria.com.br/uma-psicanalista-fala-sobre-novo-coronavirus>. Publicado em: 30 abr. 2020. ISSN: 2674-5917. Acesso: 05 jul. 2022.

SOLER, Colette (2009) De um trauma ao outro. Trad. Cícero Alberto de Andrade Oliveira. São Paulo: Blucher, 2021.


* Patrícia do Prado Ferreira é psicanalista, supervisora clínica, pesquisadora e professora convidada do curso de pós-graduação em Psicoterapia de Orientação Psicanalítica na Universidade Presbiteriana Mackenzie.



[1] Neste escrito, Freud vai se ater à amnésia dos anos de infância, pensando sobre uma espécie de seleção da memória. Chama atenção de Freud que o conteúdo das lembranças infantis se relacione a situações que ele considera indiferentes, sem tanto afeto envolvido, enquanto que acontecimentos que teriam afetado veementemente uma criança, não são necessariamente preservados. Freud formula interroga no sentido de querer saver o que levaria algo significativo a ser reprimido e o indiferente ser lembrado.

[2] Os textos provenientes desse trabalho podem ser consultados no livro: DUNKER, Christian et al. (2021) Sonhos confinados: o que sonham os brasileiros em tempos de pandemia? Belo Horizonte, MG: Autêntica.

[3] FREUD, Sigmund. (1900) A interpretação dos sonhos.. Em: Vol. IV das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Trad. de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

[4] PELBART, Peter Pál e Fernandes, Ricardo Muniz (orgs.). Pandemia crítica – Outono e Inverno 2020. São Paulo: Edições Sesc/N-1 edições, 2021.

[5] MORAES, Alana. Atravessar como Medusas contra as coordenadas dos Heróis.

[6] É também o que designa cicatriz, como se utiliza na Odisseia para se referir a cicatriz no pé do Ulisses. Cicatriz, de todo modo, refere-se a uma abertura que já esteve, um rastro.

[7] SCHERMANN, Eliane Zimelson. O que uma psicanalista tem a dizer sobre a pandemia do novo coronavírus? In: Café História – História feita com cliques.

[8] SCHERMANN, Eliane Zimelson. O que uma psicanalista tem a dizer sobre a pandemia do novo coronavírus? In: Café História – História feita com cliques.

[9] SOLER, Colette. (2009) De um trauma ao outro. Trad. Cícero Alberto de Andrade Oliveira. São Paulo: Blucher, 2021, p. 21.

[10] DANTO, Elizabeth Ann. (2005) As clínicas públicas de Freud: psicanálise e justiça social, 1918-1938. Trad. Margarida Goldsztajn. São Paulo: Perspectiva, 2019.

[11] SOLER, Colette. (2009) De um trauma ao outro. Trad. Cícero Alberto de Andrade Oliveira. São Paulo: Blucher, 2021, pp. 22-23.

[12] FREUD, Sigmund. (1930) O mal-estar na civilização. Em: Vol. XXI das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Trad. de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

[13] Afinal de contas, milhares de pessoas mantiveram suas rotinas para que outras tantas “pudessem” manter o ficar em casa – discussão que ultrapassa a dos serviços essenciais que foram mantidos e abrange também uma separação social. No entanto, não pararem suas rotinas não os colocavam necessariamente em situação de alienação ou indiferença frente ao vírus.

[14] FUKS, Julián. Lembremos do futuro: crônicas do tempo da morte do tempo. São Paulo: Companhia das Letras, 2021, p. 61.

[15] BENJAMIN, Walter. (1935) “O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov”. Em: Benjamin, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras escolhidas – volume 1. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987. pp. 197-221.

[16] FUKS, Julián. Lembremos do futuro: crônicas do tempo da morte do tempo. São Paulo: Companhia das Letras, 2021, p. 61.

[17] LEVI, Primo. (1947) É isto um homem? Trad. Luigi Del Re. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.




COMO CITAR ESTE ARTIGO | FERREIRA, Patrícia do Prado (2022) Lembrar e esquecer: rastros e restos da pandemia. Lacuna: uma revista de psicanálise, São Paulo, n. -13, p. 02, 2022. Disponível em: <https://revistalacuna.com/2022/07/27/n-13-02/>.