por Ana Gebrim
Utilizar-se de uma epígrafe para iniciar um texto, para Jacques Hassoun, diz de um recurso que revela tanto a presença de uma autoridade inspiradora, como também limitante. “Situar um escrito sob a autoridade de um outro, marca a escolha deliberada de apenas se autorizar a avançar e a defender uma ideia quando cercada de algumas garantias de respeitabilidade”[1]. É precisamente o que faço agora, nessa espécie de anti-epígrafe.
Autoridade inspiradora e limitante que nos precede. De que outra ordem seria a língua materna senão essa? Alguns veem aí a língua dos afetos, dos prazeres, de tudo aquilo que rodeia para expressar a própria vida. Modelo da inscrição simbólica no corpo, a lei é introduzida, também, através da língua materna. Língua que deixa traços, marcas, pegadas, vestígios quase anatômicos, é a inscrição no próprio corpo, ou mesmo, a própria pele, diria Freud sobre essa mesma língua.
É sabido que língua materna para os gregos foi durante muito tempo não uma língua, mas a única língua. Não por acaso a palavra para designá-la era logos, razão. A todos aqueles que não falavam grego, apenas uma designação: bárbaros, onomatopeia para dizer, em grego, “blablabla”, aquilo que não se entende. Foi na guerra contra os persas, na Grécia antiga, que então essa nova designação foi capaz de dividir a população mundial em dois: gregos e bárbaros; nós e os outros. E a maneira mais eficaz para distinguir, perceber, identificar a presença do estrangeiro, ou, por que não, de separar o joio do trigo, era através do manejo da língua grega, pois bárbaros eram aqueles que não falavam grego, ou que se falavam, falavam mal, com o que chamamos em português de sotaque.
É interessante analisar a racionalidade presente nessa lógica de distinção. Todorov nos lembra sobre a coincidência de sentidos da palavra logos em grego: “Um ser que não pode falar aparece como incompletamente humano”[2]. Episódio semelhante é também narrado por Todorov em outro livro, acerca de outro momento histórico. Em 1492, em uma carta ao reino da Espanha, Cristóvão Colombo, referindo-se aos povos nativos que encontrara na América, escreve: “Se Deus assim o quiser, no momento da partida levarei seis deles a Vossas Altezas, para que aprendam a falar”.[3]
Curioso pensar nesse mecanismo de atribuição de humanidade através do compartilhamento da mesma língua e em seus desdobramentos históricos. Aquele que não fala a mesma língua é literalmente silenciado do atributo da fala. Em mais um exemplo, vê-se a mesma dinâmica de espoliar humanidade ao estrangeiro; que curiosa (e nefasta) forma inventamos para poder nos reconhecer como iguais.
Desde a coincidência entre logos e língua, para parte dos linguistas, língua é, também, o que determina a forma de pensar, e, nesse sentido, Jacques Hassoun nos oferta uma bela imagem de um “discurso que é carregado por uma língua”. Mas para além do discurso, da forma de pensar, como ignorar a também coincidência de sentidos que não nos permite dissociar a língua (discurso) falada pela língua (corpo)? E rapidamente podemos pensar no espanhol, italiano, francês, português e inglês que provêm essa mesma equivalência. O que, finalmente, faz com que não possamos deixar de viver a língua como atravessada pelo paladar, falar, comer, beijar. E, então, podemos nos perguntar: quais os limites que separam cada um desses verbos uns dos outros? Muito mais do que logos, língua é talvez uma das mediações mais radiais entre o corpo e todo o mundo externo.
Segundo Yankelevish, é desde o século XVI que língua materna é chamada de língua da mãe. Essa que se refere à língua da mãe com seu bebê, em uma profunda variação de tons e pronúncias, ritmos e acentuações que vão muito além da inteligibilidade necessária para a comunicação básica de uma língua. Segundo o autor, é dessa forma que “a mãe retoma as lalações do bebê e devolve-as e mostra todas as variações possíveis dos sons que este bebê está produzindo. Essa língua materna não é apenas a condição para que a criança possa incorporar a língua, mas a criança faz a prova de que os sons que ela emite são sensatos, já que há resposta”[4].
O fato é que só podemos falar em língua materna, na medida em que nos depararmos com outras línguas; as estrangeiras. Quem nunca angustiou-se frente a uma língua estrangeira? Essa angústia do que pode ser a aventura de falar outra língua. Do que é a aventura de fazer uma viagem. Do que é poder encarnar (ou encarar), no próprio corpo, a experiência de ser estrangeiro. Digo no próprio corpo porque, na grande maioria das vezes, nos defrontamos brutalmente com a limitação fonética que nos impõe outra língua, que nos impõe nossa própria língua. Essa limitação que, então, impede até as últimas conseqüências, de deixarmos de ser estrangeiros, que imprime nosso pertencimento originário à língua materna como uma marca indelével, inexorável, quase que como nossa carcaça.
Em Budapeste, Chico Buarque fala: “devia ser proibido rir de quem se aventura a falar uma língua estrangeira”. É verdade que nem todo mundo se arrisca no que pode ser essa aventura de falar uma outra língua. E por que será? fico pensando. Talvez porque em nenhum outro lugar (ou em muitos poucos lugares) fiquemos tão expostos ao mais íntimo estrangeiro que também nos habita. Esse que insistimos em esquecer, mas que teima em insurgir. Esse próprio também de uma viagem. Esse que desvela, finalmente, para nós mesmos o lugar em que habitamos. Em um documentário que vi certa vez havia um francês etnólogo em uma tribo asiática, que, observando os nativos, ia pouco a pouco aprendendo seus hábitos e registrando, pelas lentes da câmera, tudo o que via. A certa altura, algumas crianças ao lhe ver falando a língua da tribo perguntam: por que você fala assim, como criança pequena?
Em alguma medida, apre-e-nder uma língua estrangeira corresponde de forma imediata à impossibilidade de passar impune frente ao outro. Acento, sotaque, signos impressos no corpo. Eis o próprio corpo da língua, diria Barbara Cassin. Segundo a filosofa francesa, podem existir, para cada sujeito, línguas mais maternas que outras, e essas são às que somos convocados imediatamente a entender, essas que, em suas palavras, fazemos corpo.
Mas, é importante não esquecer, em torno disso tudo há uma tese fundamental defendida por ela, em referencia a Derrida: a uma língua não se pertence, se aprende. E eu tomaria a liberdade de acrescentar: se habita. No entanto, o ponto que eu gostaria de colocar em relevo aqui é sobre o recurso que uma língua estrangeira pode oferecer tantas vezes.
No romance “O esquizo e as línguas”, o estudante esquizofrênico (forma como se apelida o escritor estadunidense Louis Wolfson) narra sua relação peculiar com as línguas. Wolfson não pode mais falar sua língua materna, muito menos ouvi-la. Dói demais, invade demais, é como se cada palavra dessa língua entrasse rasgando em seu tímpano e permanecesse ecoando em um intensidade insuportável. É demasiadamente enlouquecedor para o louco que pretende aniquilar sua língua materna. Para evitar o desconforto, para criar uma zona habitável no mundo, Wolfson se cerca de línguas estrangeiras que passa a estudar, compulsivamente, na tentativa de se armar, se instrumentalizar, se vestir, de algo que lhe permita, então, um pouco mais de contorno. Tomando as estrangeiras como referência, Wolfson pode até mesmo neutralizar a força monumental de cada palavra da língua materna. Como nem sempre é possível tapar os ouvidos apertando com toda a força seus tímpanos, o estudante de línguas esquizofrênico constrói uma nova gramática capaz de desconstruir qualquer palavra da língua materna, tornando-as estrangeiras através de sua própria estrangeirice muitas vezes etimológica. Podemos também pensar em Becket, que desde seu exílio na França não pôde mais escrever em língua materna. Ou também em todos os poetas, que como nos sublinha Caterina Koltai, fazem recurso da possibilidade do exílio da língua.
A clínica com imigrantes e refugiados nos impõe, muitas vezes, o desafio de atender em outras línguas, das quais nem todas nos são necessariamente maternas. Durante um atendimento com uma menina boliviana, que nos primeiros meses vinha sendo feito em português, decido, em dado momento, lhe falar em castelhano. Karla então deita no meu colo e começa a mexer no meu cabelo (penso no bebê no colo da mãe tocando em seus cabelos). Castelhano é para Karla, de certa maneira, uma língua esquecida. Esquecida? Certamente recalcada. Pois ao ouvi-la, de pronto, outros registros são acessados. Karla havia perdido sua mãe há vários anos e desde então passara a ter uma vida nômade com seu pai e duas irmãs. No curso desse fragmento clínico que narro, algo nos interpela. Nosso acento não é o mesmo. “Por que você fala assim?” Ela me pergunta. Pela sonoridade e entonação distinta do meu acento, de certa forma, eu apareço, mas também e, sobretudo, ela aparece. Karla ri um pouco, pergunta coisas sobre mim, tenta me imitar, mas o fato é que me imitando, me ouvindo, pode também perceber as particularidades de seu próprio acento. Pode perceber novamente sua própria língua que emerge pela familiaridade estrangeira de uma outra/mesma língua.
“Para de falar desse jeito, fala comigo em português”, me pediu, certa vez, sua irmã mais velha, em um atendimento familiar. Ou também, em outros atendimentos: “Você fala francês. Então podemos conversar. Você pode me entender”. Cabe aqui uma breve observação para atentar ao fato de que muitas vezes é somente através do francês, inglês ou português que podemos estabelecer um vínculo com imigrantes de alguns países africanos (e não só), mas penso ser importante ter em vista que, na grande maioria das vezes, essas línguas, para muitas dessas pessoas, não são maternas. São, como foi a nossa durante bastante tempo, língua do colonizador, não da mãe. Trata-se da língua da erudição, do que se considera cultura, educação, bons modos, daqueles que foram à escola, dos letrados. Assim, o grau de manejo das línguas ocidentais corresponde imediatamente a posição social ocupada outrora, no país de origem. Posição essa que, diga-se de passagem, quase sempre é apagada pelo olhar autóctone que não vê quase nada senão um grande contingente migratório homogêneo.
Mas o fato é que podemos pensar que a colonização – ou mesmo a independência, nunca soberana – tão tardia do continente africano fez que com o materno da cultura de origem, se é que podemos dizer assim, ainda insista com muita intensidade. De muitas formas, e também permeada pelas divisões europeias absolutamente arbitrárias entre países e regiões africanos, a cultura – e língua – de origem pôde, então, insistir pela força daquilo que os europeus colonizadores cunharam como etnias, mas que também podemos chamar em alguma medida de materno, ou de pertencimento originário. E, dessa insistência se nos desvela a resistência, também da língua.
Frente às colonizações não assimilacionistas – mas que não cessam de produzir a separação do que é valorizado e do que não é – como pensar o trabalho clínico com pessoas oriundas de alguns desses países? Haveríamos então de aprender Lingala, Créole, Bantu, Soniqué, Quechua, Guaraní, Suahili, Hurdu, Igbo, Yorubá? Haveríamos de ter intérpretes mediando nossos atendimentos? Por que não? Alguns prós, outros contras. Somente me ocorre agora, o relato de Leminski sobre um escrito apócrifo em que José diz ao menino Jesus que brincava de se esconder no telhado: “do chão não pode passar”[5].
Sem embargo, não é essa a pergunta que interpela nossa prática no contexto atual. O central da questão que gostaria de me ater é menos sobre a necessidade de falar ou não a língua materna do paciente e mais sobre a escolha que daí pode ser feita. Escolha essa que, sublinho, deveria ser tomada em função da transferência.
Penso que da mesma forma que uma língua estrangeira pode impossibilitar a transmissão de uma narrativa pela escassez de recursos da própria língua (ou pela impossibilidade de se acessar determinados sentimentos e experiências), também a língua materna pode nos deixar, muitas vezes, perto demais da experiência, por que não, tantas vezes mortífera.
Nesse sentido, por que não aproveitar dos recursos criativos venturosos que pode oferecer uma outra língua? Esse da possibilidade de reelaborar outramente, em um neologismo afrancesado barato. Falar do mesmo por um outro recurso. Voltar ao mesmo sítio, com outras roupagens. Se com nossas línguas maternas fazemos corpo, com as estrangeiras novas performances se oferecem.
Por isso, penso, haveria de se perguntar seriamente (com algum distanciamento, se possível, esse próprio da postura analítica) sobre a escolha da língua de atendimento.
Muitas vezes, o analista escolhido é aquele que não fala (que não pode falar) a língua materna do sujeito – e é interessante notar como o desconhecimento de uma língua é vivido profundamente como a impossibilidade de falá-la, de compreendê-la. Mas o fato é que se por um lado a escolha da língua materna pode ser decisiva para o andamento e a permanência em um processo analítico, igualmente pode ser um fator de impossibilidade.
Para Bernard Casanova, psicanálise é a experiência da palavra em língua materna por excelência, tendo em vista que significantes são intraduzíveis. Se levarmos em conta a noção freudiana do sonho como um rébus, poderíamos nos perguntar: como traduzir a compreensão hieróglifa do sonho de uma língua a outra? Nesse sentido, todas as formações inconscientes, como nos lembra Casanova: “esquecimentos, lapsos, atos-falhos, trocadilhos e sintomas têm a mesma estrutura que o sonho se referem à um certo funcionamento dos significantes da língua, em uma dada língua, não em todas”[6].
Ainda nessa perspectiva, Judit Szekacs-Weisz nos coloca a seguinte questão sobre o processo analítico em língua estrangeira: “Simples palavras. Podemos encontrar as mesmas palavras em diferentes línguas – mas elas realmente têm o mesmo significado?”[7]. Nesse sentido, se partirmos da compreensão da intraduzibilidade do significante – havendo inclusive, para Casanova o risco de sua quebra no momento da tradução – é possível considerar as dificuldades de se empreender um processo analítico em língua estrangeira.
No entanto, se língua materna é, por excelência, a língua em que se opera o recalque, Charles Melman defende, em contrapartida, a seguinte posição: “Se falamos uma língua de empréstimo, participamos evidentemente do recalque próprio ao meio no qual estamos inseridos. Ou seja, como em geral, somos bem educados e procuramos não nos singularizar demais, é evidente que se trata, aí, de um recalque que podemos chamar de emprestado.”[8]
É desse postulado que Melman propõe uma outra compreensão acerca do processo analítico em língua materna. Isto é, se em país estrangeiro, o sujeito empreende uma análise em língua materna dispõe-se a um forte risco de um efeito de cumplicidade com o analista, constituindo-se assim um obstáculo ao trabalho. Língua materna é para Melman também, de certa forma, a língua que favorece o incesto, a indistinção dos sexos, e portanto a dimensão em que o Outro não apareceria como radicalmente Outro ao sujeito. Para Melman, a análise é possível em outra língua, sobretudo porque somos bilíngües em nossa própria língua: “Cada língua organiza esse lugar Outro, que seria, portanto, no interior desse dispositivo que o problema do imigrante vem a se colocar.”[9].
Certa vez, em um atendimento com um menino francófono, enquanto me contava suas histórias de aventuras, de repente ele me diz, em francês: “e então eu mergulhei dans la mèr(e)” – e simulou um mergulho com as mãos em direção a minha barriga. A homofonia da palavra Mèr(e), em francês, faz com que possamos ouvir ao mesmo tempo: mar [mer] e mãe [mère]. Mas, para além desse pequeno fragmento, me chama atenção um outro elemento do caso. Senegália, recém chegado ao Brasil, com seus 5 anos de idade, recusava-se a falar em língua materna, o Lingala. Falava somente a língua do pai, o francês, que tampouco deveria ser sua língua materna, penso, mas a língua que escolheu para se comunicar com seu filho, dentro de casa. “Senegália é como seu pai, é muito inteligente, ele só fala francês, não sabe falar Lingala, não fala nem uma palavra”, me disse certa vez sua mãe. O pai de Senegália está preso, ninguém sabe onde, nem por quanto tempo, muito menos se voltarão a vê-lo um dia. Sua mãe pensava que Senegália não soubesse o que tinha acontecido com o pai, mas ele parece saber: “o presidente Kabila prendeu o papai”, me contou um dia. É então habitando com unhas e dentes a língua paterna que Senegália pode de alguma forma reatualizar a presença do pai, em seu próprio corpo. Já há meses no Brasil, e mesmo em contato com crianças lusófonas, Senegália praticamente não falava português, insistia com seu francês, como se utilizasse de um recurso que lhe permitisse algum tipo de ancoragem para que o desaparecimento do seu pai não se convertesse em seu próprio desaparecimento agora em terra estrangeira.
À guisa de conclusão, lembro-me de que certa vez em uma conversa, Miriam Chnaiderman me disse algo como: “em análise aprende-se uma outra língua, para que possamos deixar, então, de sermos somente falados pela língua materna”.
O analista se situa precisamente nesse lugar da língua estrangeira, desse do encontro com o familiar mais estrangeiro. Há, nesse sentido, uma coincidência de lugares, e, creio que seja precisamente nesse sentido, que Caterina Koltai nos fala sobre o analista como o estrangeiro por excelência.
Da parte que nos cabe nesse latifúndio, em nosso trabalho com imigrantes, somos nós, por nossa estrangeirice que nos convertemos, de fato, em estrangeiros. Apostando então em um tratamento que possa se fazer valer de uma relação em que são reeditadas as experiências passadas, mas com novos recursos. Sobretudo, com a possibilidade de revisitar o vivido sem ser deglutido, mastigado, e triturado pelos tentáculos maternos da língua. ♦
REFERÊNCIAS
CASANOVA, Bernard. Psychanalyse et langue maternelle. In: Langue française. N. 54. Persée. 1982
CASSIN, Barbara. Plus d’une langue, Bayard Éditions, 2012.
CASSIN, Barbara. La nostalgie: quand donc est-on chez soi? 2013. Editions Autrement
HASSOUN, Jacques. Fragments de langue maternelle: Esquisse d’un Lieu. Payot, 1979.
HOLLANDA, Chico Buarque, Budapeste. Cia das Letras. 2003.
KOLTAI, Caterina. Política e psicanálise. O estrangeiro. Ed. Escuta. 2000.
KOLTAI, Caterina. (Org). O estrangeiro. Ed. Escuta/Fapesp. 1998.
LEMINSKI, Paulo. Vida: Cruz e Sousa, Bashô, Jesus e Trótski. Cia das letras. 2013
MELMAN, Charles. Os efeitos subjetivos da migração linguística. In : Um inconsciente pós-colonial, se é que ele existe. Porto Alegre. Artes e ofícios. 2000
SZEKACS-WEISZ, Judit. e WARD, Ivan. (ORG) Lost chilhood and the language of exil. Imago East West. The Freud Museum. 2004
TODOROV, Tzvetan. La Peur des Barbares, Éditions Robert Laffont, 2008.
TODOROV, Tzvetan. A Conquista da América: a questão do outro, Ed. Martins Fontes, 2010.
WOLFSON, Louis. Le Schizo et les langues, Éditions Gallimard, 1970.
YANKELEVICH, Hector. A mãe da palavra. In : Um inconsciente pós-colonial, se é que ele existe. Porto Alegre.Artes e ofícios. 1993
* Ana Gebrim é doutoranda em Psicologia Clínica no Instituto de Psicologia da USP. Mestre em Sociologie Clinique et Psychosociologie pela Université Paris Diderot – Paris VII (2012). Possui graduação e licenciatura em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2010). É supervisora do Grupo Veredas (equipe de pesquisa e atendimento na Casa do Migrante, coordenado pela Profª Dra. Miriam Debieux Rosa e desenvolvido pelo Programa de Extensão/Cultura da USP); atuou na equipe de Saúde Mental da Caritas Arquidiocesana de São Paulo e como consultora do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
[1] HASSOUN, J. Fragments de langue maternelle: Esquisse d’un Lieu. Payot, 1979. P. 31
[2] TODOROV, T. La Peur des Barbares, Éditions Robert Laffont, 2008. P. 52
[3] Cristovão Colombo Apud TODOROV, T. A Conquista da América: a questão do outro, Ed. Martins Fontes, 2010. P. 42
[4] YANKELEVICH, H. (1993) A mãe da palavra. In : Um inconsciente pós-colonial, se é que ele existe. Porto Alegre.Artes e ofícios. p. 43
[5] LEMINSKI, P. Vida: Cruz e Sousa, Bashô, Jesus e Trótski. Cia das letras. 2013. P. 67
[6] CASANOVA, B. (1982) Psychanalyse et langue maternelle. In: Langue française. N. 54. Persée. p. 29
[7] SZEKACS-WEISZ, J. e WARD. I. (ORG) (2004) Lost chilhood and the language of exil. Imago East West. The Freud Museum. P. 76
[8] MELMAN, C. (2000) Os efeitos subjetivos da migração linguística. In : Um inconsciente pós-colonial, se é que ele existe. Porto Alegre. Artes e ofícios. p.15
[9] MELMAN, C. (2000) Os efeitos subjetivos da migração linguística. In : Um inconsciente pós-colonial, se é que ele existe. Porto Alegre. Artes e ofícios. P. 21
COMO CITAR ESTE ARTIGO | GEBRIM, Ana (2016) Língua materna, língua estrangeira: reflexões sobre a língua do analista. Lacuna: uma revista de psicanálise, São Paulo, n. -1, p. 9, 2016. Disponível em: <https://revistalacuna.com/2016/05/22/reflexoes-sobre-a-lingua-do-analista/>.