por Mariana Ferreira Casagrande
Introdução
A Interpretação dos Sonhos[1] publicada por Sigmund Freud deu início ao que conhecemos hoje como a psicanálise. Até esse momento, Freud chamava de metapsicologia o estudo das histerias que desenvolvia em colaboração com outros médicos. Foi com o aprofundamento da teoria dos sonhos, no entanto, que o autor descobriu a instância inconsciente do sujeito e, com isso, fundou a psicanálise.
Uma das principais características do sonho é seu caráter universal, visto que todos os indivíduos o realizam durante o sono. Considerando que as imagens oníricas são resultado do pensamento noturno, os sonhos são simplesmente uma atividade de quem dorme. Logo, eles são também o único sintoma psíquico que todos carregamos. Com a censura reduzida, podemos representar visualmente os pensamentos latentes que surgem no inconsciente durante o adormecimento.
Levando em conta esse aspecto comum a toda a humanidade, podemos também afirmar que 2020 foi o ano em que lidamos com um desafio global que, de certa forma, atingiu a todos os países e indivíduos – em maior ou menor grau. A pandemia do coronavírus que se espalhou rapidamente pelo mundo deixou rastros materiais e simbólicos em diversas sociedades. No Brasil, em meados de agosto, já registramos mais de 108 mil mortes, enquanto no mundo essa estatística passa de 775 mil[2]. Portanto, tendo em conta o impacto histórico global da doença, considero relevante registrá-la neste artigo. Para isso, analiso a pandemia por um micro viés: sonhos de seis pessoas entre 23 e 27 anos durante os primeiros meses do isolamento social causado pelo vírus. A manifestação onírica dos jovens revela elementos simbólicos que nos localizam em um período da história e servem como marca de um trauma social.
Pensamentos oníricos latentes x conteúdo manifesto
A primeira característica relevante para situarmos os sonhos de pandemia na análise freudiana é concebê-los como um conteúdo “cujo saber o sonhador abriga, mas que lhe é inacessível”[3]. Ou seja, o sonho é um saber inconsciente ao próprio sonhador – posto que se expressa por enigmas – e obscuro, pois diz sem utilizar uma linguagem compreensível. Considerando esse aspecto encoberto, Freud desenvolveu o conceito de pensamento onírico latente e conteúdo manifesto do sonho, no qual este é a distorção daquele.
Àquilo que o sonho narra, chamamos conteúdo manifesto do sonho; ao conteúdo oculto, ao qual nos cabe chegar pela via das associações, damos o nome de pensamentos oníricos latentes.
À dificuldade de acesso aos pensamentos originais podemos atribuir a deformação aplicada pela censura. Diante de um material que provém do inconsciente, ela atua no pré-consciente substituindo o conteúdo primário por imagens plásticas que o representam. Logo, as imagens visuais narradas em um sonho são resultado da distorção causada pelo recalque, culminando, muitas vezes, no ocultamento do elemento onírico central. Mas, se o objetivo é evidente, ou seja, esconder a “verdade” do sonhador, a origem das imagens substitutas pode ser desconhecida. Afinal, de onde vêm as imagens que camuflam e fragmentam o pensamento latente?
Aproveitando estudos anteriores sobre os sonhos, Freud deu continuidade à teoria de que o material manifesto é formado por restos diurnos do sonhador. Durante o sono, o sujeito transforma impressões recentes e irrelevantes vividas durante a vida de vigília em elementos do sonho. Mais especificamente, os símbolos são originários do último dia transcorrido antes do sonho e reaparecem à noite como alusão a um material excitante e significativo para o sonhador.
Aquilo que chamou nossa atenção durante o dia domina também os pensamentos oníricos, e nós nos damos ao trabalho de sonhar apenas com aquele material que nos levou a refletir durante o dia[4].
Finalmente, reconhecendo a origem (uma impressão irrelevante do último dia vivido) e a causa da distorção (a censura), podemos apresentar alguns exemplos de sonhos relatados durante a pandemia. Em um deles, sonhado na primeira semana do isolamento social, em 20 de março de 2020, uma estudante universitária declarou que o elemento “aula online” apareceu em seus simbolismos noturnos.
“Eu estava numa loja e ficava tentando escolher um lanche pra uma aula. Escolhi levar uma barra de chocolate e entrei na fila para pagar. A mulher do caixa me chamou pra furar a fila, mas eu disse que tinha esquecido uma coisa e fui procurar absorvente pra comprar também. Aí ela disse ‘se não pagar aqui, você vai perder a aula’. Quando fui ver a fila estava muito grande, demorando, fiquei agoniada, passaram-se duas horas e eu realmente perdi a aula na fila. Então pensei que poderia recuperar o material perdido pela aula online, mas mesmo assim estava bastante chateada, porque online não seria a mesma coisa”.
Com esse relato de uma jovem estudante da PUC-Rio podemos ratificar que pensamentos vividos durante o dia retornam durante o sono. Ela, que teria todas as cinco matérias presenciais substituídas pelo ensino à distância por conta da pandemia, utilizou o símbolo recente para ilustrar pensamentos oníricos latentes. Um outro exemplo que podemos analisar é o de um jovem de 24 anos que sonhou com a quarentena em 23 de maio, dois meses após o início do isolamento social. Ele contou que neste sonho havia decidido fazer o distanciamento na casa de uma ex-namorada.
“Sonhei que eu estava subindo a rua da minha ex namorada com uma mala e eu não sabia o que eu estava fazendo. Cheguei lá, bati na porta dela com a mala e ela estava com o atual namorado. Ele foi embora e ela perguntou ‘o que você está fazendo aqui?’ e eu disse ‘vim passar a quarentena aqui contigo’. Eu disse que tinha falado com a mãe dela e ela ligou pra mãe reclamando. Aí eu dizia ‘agora eu vou ficar, não tenho pra onde ir, falei com a sua mãe, por favor não faz isso comigo’ e a gente ficou discutindo isso. A mãe dela chegou e ficou do meu lado me apoiando e dizendo que eu ia ficar”.
Por fim, elementos do uso diário, como a máscara, e frases repetidas constantemente pela mídia podem desencadear símbolos para os sonhos. Este fragmento de sonho foi relatado em 20 de maio por uma jovem de 26 anos.
“Eu ia pegar um ônibus e a mulher na frente estava sem máscara e eu dizia ‘você tem que ir pra casa’ e mais pessoas iam chegando e começavam a tomar conta da avenida, a aglomerar, e eu gritava ‘vai pra casa!’ e eu acordei”.
A partir dos três exemplos, justificamos a relevância de coletar alguns sonhos vividos durante a pandemia enquanto registro de conteúdos manifestos históricos. Ainda que essas três situações pandêmicas não revelem o verdadeiro pensamento onírico de cada sonhador, podemos compreendê-las dentro de um contexto global. Se não fosse o símbolo originário da pandemia, outro símbolo surgiria no lugar dessas imagens relatadas pelos jovens. Porém, podemos considerá-los relevantes enquanto elementos que possivelmente apareceram em sonhos de milhões de pessoas ao redor do mundo, simultaneamente. Conexões virtuais, vírus, máscaras, hospitais, isolamento social, entre outros simbolismos dos restos diurnos rechearam os sonhos de muitos indivíduos durante alguns meses do ano.
Simulação de ameaças em sonhos
Além dos sonhos servirem como importantes registros para elementos típicos da pandemia do coronavírus, esses relatos também expõem como as pessoas enfrentam o perigo de uma doença que rapidamente se espalhou pelo mundo. Sidarta Ribeiro[5] empreendeu longo estudo a partir da visão neurocientífica dos sonhos. Com recursos contemporâneos, ele ampliou a teoria de Freud e acrescentou ao conhecimento que já tínhamos novas informações sobre o pensamento noturno. Para o autor, a emoção e o desejo associados a determinadas memórias, incluindo fontes de medo para o sujeito, podem provocar “pesadelos”. Assim, podemos concluir que situações de perigo, morte iminente e trauma podem gerar alusões negativas nos sonhos.
Laplanche e Pontalis, no Vocabulário de psicanálise[6], conceituam trauma como:
“Um acontecimento da vida do sujeito que se define pela sua intensidade, pela incapacidade em que se encontra o sujeito de reagir a ele de forma adequada, pelo transtorno e pelos efeitos patogênicos duradouros que provoca na organização psíquica”[7].
Esses traumas, para a psicanálise, poderiam então causar forte perturbação econômica para o sujeito que não elabora os acontecimentos. Assim, os sonhos se tornam um dos destinos possíveis para as feridas internas. E como um divã de psicanalista raramente recebe relatos de tragédias humanitárias, por conta das mazelas sociais que dificultam o acesso de inúmeros grupos desamparados ao consultório, é significativo para este artigo analisar um momento em que, de maneira universal, vivenciamos o medo da morte.
Em Oráculo da Noite, Ribeiro dedica um capítulo inteiro para os sonhos de fome, assassinato, catástrofes, entre outros relatos traumáticos. Segundo ele, os “pesadelos” podem ser uma simulação de ameaças para indivíduos que enfrentam diferentes situações de miséria e marginalização no planeta. Isso porque esses sonhos de angústia revivem e antecipam situações de medo e violência, a fim de preparar o sonhador para o perigo real da vida ou para aumentar-lhe o alerta.
“A simulação de comportamentos e imagens conjurada nos sonhos nos dá a possibilidade de experimentar sem risco, de modo sustentado e sem despertar, situações que seriam potencialmente danosas na vida real. Como exploração do espaço de probabilidades, é uma ferramenta inestimável para inibir comportamentos impulsivos dominados pela emoção”.[8]
Considerando esse aspecto protetivo dos sonhos, que simula narrativas de ação para o sujeito, podemos analisar mais dois sonhos relatados durante a pandemia. Em um deles, na primeira semana de quarentena, a sonhadora antecipou contatos com a morte e com ambulâncias, elementos massivamente reproduzidos em noticiários.
“Eu estava com algumas pessoas em Teresópolis, numa casa, um espaço aberto, e eu estava chorando muito no banheiro. Alguém do lado de fora dizia ‘para com essas neuras, para com as obsessões que você tem, não é culpa sua’ e uma pessoa estava numa ambulância indo embora. Na hora que eu saí do banheiro estavam um amigo, a mãe dele, a mãe do meu namorado e todos tentavam resolver o problema. Tinha alguém muito doente e todos tentando resolver a situação e me dizendo pra não ficar culpada e nervosa”.
Na terceira semana da pandemia, outra jovem teve um sonho em que precisava trancar a casa para que nenhuma ameaça entrasse pela porta. No sonho, também há referências a sintomas de Covid-19 e “resultados” de exames.
“Tive uma sessão espírita em casa. Uma mulher veio, fez e gravou. Era como se ela possuísse a mim, meu pai e minha mãe. Nossos olhos ficavam pretos e depois todos os espíritos iam porta à fora. Eu estava com muito medo. Era um ritual e ao final eu estava com dor de cabeça. Ela saiu, deixou as coisas lá, e poucos minutos depois voltou com o marido pra buscar os equipamentos. Parecia que a gente não tinha muita resposta depois do que aconteceu. A gente não via o porquê do ritual ou resultados. Antes dela voltar, tocou a campainha duas vezes. Uma vez uma menina e a mãe, falamos que era engano. A segunda um homem com copos de cerveja, falamos que era engano também. Reclamamos do meu pai abrir a porta para falar que era engano. Quando a moça saiu depois do ritual, antes de voltar novamente, eu falava: pede para ninguém passar por essa porta, para ninguém entrar, ‘nessa casa não’”.
Por tudo isso, podemos suspeitar que o medo visceral do contato com a doença e da morte provocam uma antecipação ao perigo, viabilizada pelos sonhos. A vivência onírica de acontecimentos como a chegada de uma ambulância ou a necessidade de trancar a família em casa por conta do vírus pode ser uma forma de elaborar o aspecto traumático da pandemia. Logo, a riqueza simbólica desses sonhos traduz visualmente a luta pela sobrevivência global e histórica de 2020.
Realização de desejo
Após considerar o sonho enquanto uma manifestação oculta do inconsciente e um produto dos restos diurnos do sujeito, é preciso fazer mais uma observação acerca do conteúdo onírico: ele é sempre a realização de um desejo. Ainda que o conteúdo manifesto apresente angústia ou atos de punição, há uma realização de desejo por parte do sonhador no pensamento latente, pois o trabalho do sonho é feito a partir de um desejo suprimido. É o recalque de um desejo que gera a força propulsora no inconsciente para a tentativa de realização através do sonho.
(O sonho) não é despido de sentido, não é absurdo, não pressupõe que uma parte de nosso acervo de representações esteja dormindo (…). Trata-se de um fenômeno psíquico de pleno valor, é a realização de um desejo; deve ser inserido no contexto dos atos psíquicos compreensíveis da vigília [9].
Portanto, os sonhos específicos de pandemia, aqui analisados, não apenas apresentam conteúdo manifesto com elementos típicos da crise sanitária do coronavírus, mas são também fontes de realização de desejos em um momento global de isolamento. Enquanto cientistas e médicos orientavam a população a permanecer em casa, a obedecer um distanciamento social, entre outros protocolos de saúde, os sonhos tentavam realizar o desejo de sair do lockdown. Por exemplo, uma jovem que sonhou com viagens em duas noites da segunda semana de quarentena.
21 de março
“A gente estava num lugar do litoral de São Paulo, viajando. Andei de barco, perdi meu chinelo e eu estava com minha irmã e duas amigas. A gente ia pro festival de música Lollapalooza mas a casa que íamos ficar estava muito bagunçada. Eu estava fazendo uma bolsa pro show e pegando só o necessário porque sabia que a gente ia voltar pra casa depois. Estávamos num grupo muito grande. A gente ia pro Lolla e eu queria escolher roupa, achar meu chinelo e a motorista demorava pra chegar”.
23 de março
“Estava viajando de avião e o piloto estava dizendo que ele tinha que ficar embaixo das nuvens, em vez de acima delas. Eu dizia ‘não, não, só pousa no destino’ porque eu estava com medo de pousar no meio do nada. Ele pousou no meio de uma neve, mas era lá mesmo que a gente tinha que ir. Estava com minha mãe e irmã e tudo em volta era em miniatura, não era uma cidade normal, tinha muita neve com casinhas muito isoladas uma da outra. A gente andava, tinha um lugar que parecia o hotel que a gente ia ficar, era na Suíça, mas na verdade era também uma sinagoga. Era um castelo colorido, um lugar que se destacava muito no meio do nada. A gente entrou, tinha uma família lá, a gente foi almoçar e tinha muita gente desconhecida, pessoas europeias. Lembro que estava vazio e eu disse pra minha mãe “tá vazio porque a Suíça é cara e não turística”. Aí apareceu um mar e a minha irmã colocou o maiô pra ela mergulhar e eu não sabia como ela estava aguentando porque estava frio, com neve, mas fui olhar a paisagem e era bonita com o mar”.
Em ambos os sonhos, além da viagem, a sonhadora também realiza o desejo de estar em um festival de música, de encontrar pessoas e voltar a frequentar eventos sociais. Ela consuma o desejo de sair de casa através de uma viagem de avião internacional, estadia em hotel e um mergulho no mar. Provavelmente, esses sonhos foram originados por pensamentos do dia anterior, mas que não puderam ser realizados por conta das restrições impostas pela pandemia. Por isso, esses não eram necessariamente desejos inconscientes, mas desejos despertados durante a vida de vigília que não foram concretizados – sonhos oriundos do pré-consciente. Novamente, não excluímos a possibilidade de que esses sonhos também carreguem material inacessível ao sonhador e sejam fontes interessantes para uma análise mais aprofundada do inconsciente do sujeito. Porém, reforço neste artigo o interesse em registrar elementos simbólicos, manifestações de angústia e, por fim, a tentativa de realizar em sonhos desejos suprimidos em um momento de isolamento social.
Conclusão
Por tudo isso, podemos entender o registro dos sonhos de 2020 como um possível retrato, embora um pouco borrado e restrito, do que foi a pandemia do Covid-19. De conteúdos manifestos – que contextualizam este ano pela experiência de isolamento e do medo da morte mais acentuado – a simulações de ameaças, compreendemos este momento como uma angústia global. E para elaborá-la, a memória é recurso vital. Assim, considero crucial a publicação de relatos próprios da pandemia.
De certa forma, a pandemia tornou a todos nós imigrantes. Como aqueles que deixam sua origem por conta da realidade externa, também nos deslocamos do lugar onde estávamos fixados até o início da pandemia. Precisamos ir a outro lugar para reconstruir um elo com o social e só conseguimos refazê-lo nos apropriando de um novo local. Proponho, portanto, que o relato desses diferentes sonhos nos desloque para aqueles cujas perdas foram mais dolorosas e nos ajude a pensar em uma outra possibilidade após o luto. Que o exercício da memória e do registro seja constante enquanto ainda lidarmos com a negação das perdas.♦
Referências
COVID-19 Dashboard by the Center for Systems Science and Engineering (CSSE) at Johns Hopkins University (JHU). Acessado em 17/08/2020. Link: https://www.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd40299423467b48e9ecf6
FREUD, Sigmund. Obras completas, volume 4: A Interpretação dos sonhos. 1ª edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
FREUD, Sigmund. Obras completas, volume 13: Conferências introdutórias à psicanálise. 1ª edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
LAPLANCHE, Jean; PONTALIS, Jean-Bertrand. Vocabulário de psicanálise. 4ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
RIBEIRO, Sidarta O oráculo da noite: a história e a ciência do sonho. 1ª edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
* Mariana Casagrande faz formação em psicanálise no Círculo Brasileiro de Psicanálise do Rio de Janeiro. Graduada em Comunicação Social pela PUC-Rio, mescla diferentes temas de pesquisa, como a arte, a comunicação e a psicanálise. Atualmente trabalha como assistente de coordenação do Prêmio PIPA, um dos principais prêmios de arte contemporânea brasileira.
[1] 1900
[2] COVID-19 Dashboard by the Center for Systems Science and Engineering (CSSE) at Johns Hopkins University (JHU). Acessado em 17/08/2020. Link: https://www.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd40299423467b48e9ecf6
[3] FREUD, 1916, p. 151
[4] FREUD, 1900, p. 210
[5] 2019
[6] 2001
[7] LAPLANCHE, PONTALIS, 2001, p. 522
[8] RIBEIRO, 2019, p. 280
[9] FREUD, 1900, p. 155
COMO CITAR ESTE ARTIGO | CASAGRANDE, Mariana (2020) Os sonhos na pandemia do Covid-19: elaboração das perdas e registro social. Lacuna: uma revista de psicanálise, São Paulo, n. -10, p. 13, 2020. Disponível em: <https://revistalacuna.com/2020/12/08/n-10-13/>.