Lembrar, repetir e elaborar: historicidade e restituição da relação com a experiência histórica brasileira

por Rodrigo de Oliveira Soares

 

Análise como exercício da Historicidade: Consciência Histórica e sua captura

 

O que nos faz buscar ajuda em uma análise? A resposta mais comum é: o sofrimento psíquico. O sofrimento psíquico é fruto de uma relação traumática (choque em princípio de prazer com o princípio de realidade) oriunda de nosso passado (infância ou eventos como guerras, genocídios e outros tipos de violência) e de nossas primeiras relações de alteridade (mundo externo). Dessa forma, os traumas que recalcamos com o passar do tempo voltam-nos no presente como repetição (sintomas – sofrimento). Para nossa reflexão, essas repetições se apresentam como uma carência de orientação diante de nossa situação existencial, pois sofremos e não sabemos (pelo menos conscientemente) o porquê desse sofrimento.

Buscar compreender o nosso sofrimento nos movimenta na busca pela melhora, pois dar com o sofrimento muitas das vezes nos paralisa. Nossa reflexão é focada em demonstrar que a relação estabelecida dentro do processo analítico tende a ser da conscientização do sujeito de sua historicidade (consciência de sua temporalidade), uma vez que o que causa sofrimento a ele agora é fruto de uma construção histórica do eu. Assim, a análise se inicia a partir de uma leitura retrospectiva perspectivada do passado (trauma), ou seja, é na experiência histórica que buscamos formas de compreender o presente (sintomas – mais sofrimento). O processo analítico nos faz saber como lidar com o sofrimento para que isso nos possibilite saber agir e, a partir desse exercício, construir um horizonte de expectativa.

Para este trabalho partiremos da leitura do texto de Freud, de 1914, “Recordar, Repetir e Elaborar”, por acreditarmos que nesse texto podemos captar o modo como a psicanálise se propõe a fazer os sujeitos compreenderem seus sofrimentos a partir da relação com sua historicidade. Sendo assim, o exercício inerente ao trabalho da análise pode ser considerado um exercício de conscientização histórica, e por esse motivo acreditamos poder fazer uma leitura do texto freudiano a partir da dialógica entre a Psicanálise e a História para que possamos compreender o Brasil do Tempo presente.

nem historiadores se encontram livres da psicanálise, nem os psicanalistas estão livres da história. Por quê? De um lado, não é possível escrever História apenas com a verdade material dos fatos, isto é, ignorando a verdade histórica que cada sujeito/cultura é chamado a viver em relação à herança recebida da geração anterior. De outro, conforme também Anne – Lise Stern (2004) sustenta, não se pode deixar de reconhecer que pelo fato de a psicanálise ser uma história particular do sujeito, por estar ligada à linguagem, essa história faz parte da grande história[1]

Acreditamos que no Brasil atual os ataques à História e a tentativa de um revisionismo empobrecedor são fruto de um presente carente de orientação, pois o processo de aceleração temporal fez com que nossa relação com a experiência histórica se tornasse deficitária, como nos aponta Reinhart Koselleck.

Nossa sociabilidade é construída sob uma relação de distanciamento com temporalidade, nos tornando “alguém com déficit crônico do tempo”[2]. Com isso, não conseguimos estabelecer a consciência de que somos fruto de uma construção histórica, ou seja, a realidade se torna um exercício de repetição (sintoma). Ao se relacionar com a realidade dessa forma, podemos abrir brechas perigosas, principalmente em repetir comportamentos e práticas como  intolerância, racismo, lgbtqi+fobia, genocídio indígena, ou, ainda mais grave, introjetando uma mentalidade de que a mudança não é possível, dando abertura a projetos políticos nefastos.

Uma relação deficitária com o tempo é expressada pela retirada da máscara da cordialidade brasileira, uma vez que uma nação que não faz justiça a sua história traumática, acaba por se relacionar com o  presente desnutrido de consciência de nossa experiência, fazendo com que continuemos a repetir culturalmente comportamentos que nos remetem ao nosso passado, “Aquilo que herdastes de teus ancestrais, conquista-o para fazê-lo seu”[3].

A história costuma ser definida como uma disciplina com grande capacidade de “lembrar”. Poucos se “lembram”, porém, do quanto ela é capaz de “esquecer”. Há ainda quem caracterize a história como uma ciência da mudança no tempo. Quase ninguém destaca, no entanto, sua genuína potencialidade para reiterar e repetir. E a história brasileira não tem como escapar a essas ambiguidades fundamentais: se ela é feita do encadeamento de eventos que se acumulam e evocam alterações substanciais, também anda repleta de seleções e lacunas, realces e invisibilidades, persistências e esquecimentos. Além do mais, enquanto na sucessão cronológica do tempo destacam-se as alterações cumulativas, marcadas por fatos e eventos isolados — alterações de regime, golpes, mudanças econômicas, sociais e culturais —, não é difícil notar a presença de problemas e contradições estruturais que continuam basicamente inalterados, e assim se repetem, vergonhosamente: a concentração de renda e a desigualdade, o racismo estrutural, a violência das relações, o patrimonialismo.[4] 

Ao pensarmos a História por essa perspectiva, acreditamos que o texto de Freud nos aponta para questões em que a sociedade e seus sintomas sociais são fruto de uma baixa conscientização histórica, pois experiências históricas deficitárias (a falta de espaço para desenvolvê-las) não constituíram significados para mudança, e os sujeitos tendem a repetir ações sem a reflexão necessária para desconstruí-las.

Ao nos apropriarmos do texto de Freud, defendemos que a História pode ocupar esse lugar no qual o sujeito poderá reconhecer os motivos dessas repetições não refletidas, e a partir daí construir um processo de mudança. Assim, creio que a proposta do texto freudiano por nós escolhido se encontra com a história (teoria e didática) nesse sentido, em que o sujeito se reconhece com um ser histórico, com isso se assume como tal e a partir disso pode dar início a um processo de mudança.

A articulação entre história pessoal e história coletiva, sabemos, é imprescindível à transmissão de um trauma e, portanto, à direção do tratamento analítico, na medida que este implica em levar o sujeito a reconhecer a história da qual ele faz parte para assumir a responsabilidade pelos seus atos.[5] 

Assim, a “história social do indivíduo dá algum sentido ao que na sua fala encontra-se sem sentido”[6], sejam nossos entes queridos, seja a violência policial, devem ser tratados não apenas como seres essencialmente perversos, mas produto de uma construção histórica traumática que até hoje não foi seriamente colocada sob justiça, ou pelo menos nunca foi um projeto levado a sério, ou seja, os sujeitos assimilaram práticas e comportamentos de sua experiência histórica, com baixo entendimento dessa experiência e a história não consegue fazer com que esses mesmos se conscientizem dessa situação, rompendo com a “política do avestruz” apontada por Freud:

Usualmente, ele se contentava em se queixar dela, desprezá-la como bobagem, subestimá-la em sua importância, mas de resto continuava com o comportamento recalcante em relação a suas manifestações, adotando a política do avestruz contra as origens da doença.[7]

A “política do avestruz” é a  negação, outra expressão de nosso déficit relacional com a consciência histórica, uma vez que estamos testemunhando a era do negacionismo, principalmente a negação de que as práticas violentas de nosso presente são resultado de uma construção histórica, já que é impossível negar que a violência contra as minorias no Brasil é a ressignificação da violência escravista colonial. Quando assistimos a membros da elite (financeira e burocrática) tratando as instituições e as leis como algo que funcione ao seu bel prazer, não há como negar a repetição de práticas do patrimonialismo inerente ao brasileiro e pôr fim à eleição de projetos que representam toda essa repetição que observamos em nosso cotidiano. Porém, sobre o discurso do novo, comprova como a repetição é um processo de reatualização de questões de nosso passado.

O negacionismo brasileiro no que tange à história se expressa nas tentativas  de construir um revisionismo pobre de nossa história, comprometido em esvaziar as reflexões históricas em torno dos problemas aqui apresentado com o objetivo de criar análises relativistas de nosso passado traumático, principalmente sobre a escravidão e a ditadura brasileira. E negarmos esse passado se torna uma forma de estabelecer um regime de  historicidade sem um horizonte de expectativa de mudança, pois estabelecemos uma relação em que nada muda, ou se  de alguma forma partíssemos para a ação, nada se transformaria, viveríamos um eterno presente, quando pensamos que tudo é, sempre foi e será assim, ou seja, um “presente nada além do presente”[8].

Desconstruir essa situação se torna difícil, pois perpassa em lidarmos com um passado traumático que “traz de volta experiências do passado que não possibilitam prazer”[9], e a história pode nos proporcionar ferramentas para que a partir de uma leitura retrospectiva perspectivada de nosso passado possamos compreender as origens de nossas práticas e partir dessa compreensão iniciar um processo de mudança. O lembrar na psicanálise contribui com a reflexão histórica, pois nos leva a pensar o que é repetido/negado que é um modo de trazer ao presente o que foi originado no passado e lembrar no sentido freudiano é uma leitura retrospectiva perspectivada historicamente no processo analítico.

É no arsenal do passado que o doente busca as armas com as quais se defende da continuidade do tratamento e que precisamos tirar dele peça, por peça[10]

 No exercício de lembrar que Freud aponta para o início do enfrentamento do que há recalcado e as resistências começam a cair, porém, deixando claro que ao fazer exercício de buscar no passado as formas de compreender as questões presentes, não tem a função de legitimar um processo histórico em si mesmo, mas, criar uma possibilidade de transformativa a partir desse exercício. Refletindo pelas lentes da psicanalise e da história, podemos compreender que a atual conjuntura tende a atacar a História, Artes e outras áreas da cultura, e pode ser vista como a reprodução social e política de um paciente em resistência para com os causadores de seu sofrimento; ele esquece, silencia ou nunca pensa sobre.

O projeto político no poder atualmente nos remete a pensar que suas práticas tendem a dar continuidade a essas resistências. O discurso prega que esqueçamos da escravidão e da ditadura, silenciemos as minorias e não falemos de questões como gênero e sexualidade, não pensemos sobre nossas práticas nefastas e como elas se desdobram na política, pois é algo doloroso de lidar. Creio que como professor, muitas vezes, vejo em meus alunos essa resistência quando vamos falar sobre racismo, intolerância religiosa, homofobia, machismo, o que nos faz lembrar e compreender o resultado dessa pesquisa em 2014.

Mas, antes de tudo, os brasileiros somos hipócritas. Aqui, o racista é sempre o outro. Pesquisas apontam que 97% dos entrevistados afirmam não ter qualquer preconceito de cor, ao mesmo tempo em que admitem conhecer, na mesma proporção, alguém próximo (parente, namorado, amigo, colega de trabalho) que demonstra atitudes discriminatórias. É o chamado ‘racismo à brasileira’ – fruto dileto da cínica e equívoca ‘democracia racial’, conceito que vem justificando, ao longo da história, a manutenção de um dissimulado apartheid, que segrega a população não-branca à base da pirâmide social.[11]

A reportagem é pontual em expressar como as resistências operam no subjetivo social brasileiro, análogo ao paciente analisado lidando com as origens de seu sofrimento. A sociedade que repete práticas sociais nefastas também não quer, ou não sabe como se haver com as origens dessas práticas, passa por um momento doloroso ao se descobrir racista, machista, homofóbica, sendo assim para lidar com essas manifestações, é preciso ter coragem e espaço para refletir Freud, e seu texto aponta que este momento é o da elaboração do paciente, quando no exercício analítico ele fica atento às manifestações de sua doença em busca de “algo valioso para sua vida futura”[12]. Sendo assim, o tratamento freudiano perpassa pelo sujeito lidando com sua temporalidade e a conscientização de sua patologia  para fins práticos de sua vida cotidiana.

Precisamos dar tempo ao paciente, para que ele se aprofunde na resistência que até então era desconhecida, para perlaborá-la, superá-la, na medida em que ele, a ela ressentindo, continua o trabalho de acordo com a regra analítica fundamental[13]

Na elaboração, o sujeito tem a oportunidade de refletir sobre o seu sofrimento (origem) a partir de seus sintomas. Ele, ao se voltar para o passado, capta nos fragmentos da memória aquilo que é inconsciente, e a partir disso pode construir recursos simbólicos para nomear o que antes estava recalcado; ao nomear, dá início ao processo de construção da narrativa historicizada do sujeito, na qual o que era recalcado no inconsciente (Id) ganha sentido e passa para o plano do consciente (eu), o que o faz sofrer vai sendo compreendido e com isso uma perspectiva de melhora da vida prática vai se instituindo. Não é à toa que a psicanálise é conhecida pela alcunha de “cura pela fala”.

A patologia funciona aqui como um instrumento epistemológico, capaz de revelar estruturas e operações invisíveis a olho nu.[14] 

Os apontamentos de Freud nos encaminham a pensar que a elaboração compreende a tomada de consciência da historicidade do sujeito a partir de seu sofrimento, sendo assim o exercício da análise também é uma forma de pensar historicamente a existência do sujeito.

O exercício de lembrar, repetir (repetir e repetir) e elaborar na análise é uma forma de captura da consciência histórica do sujeito que se apresenta no campo do  inconsciente (condição que nos faz humanos), e como tal não é meta a ser alcançada, mas, sim, como algo que precisa se fazer presente para poder se vislumbrar uma vida melhor, pois no exercício analítico o sujeito conseguirá se haver com mais êxito com a desorientação diante do sofrimento.

Em suma a consciência histórica constitui uma parte preponderante da resposta à pergunta: quem nós somos? {…} tudo que permite que digamos nós e eles {…}[15]

O sujeito que se coloca na situação de analisado  cria as condições de parar e refletir sobre sua realidade e existência (outro-relação-alteridade-identidade), a partir de um outro “Regime de Historicidade”[16] com o objetivo de melhorar sua vida a partir do entendimento do que nós somos.

Refletir sobre nossa história a partir da historicidade psicanalítica pode contribuir para ampliação do entendimento da História no presente, e a partir dela podemos estabelecer uma conscientização acerca da nossa experiência de vida, que é na verdade uma forma de se experienciar a História como nos ensina Koselleck (2014) para além de entender o que nós somos e podermos começar a entender o mundo em que vivemos.

O exercício de elaborar é o momento em que a narrativa de nossas experiências vividas ganha sentido, e ao compreender por que sofremos, nós o percebemos com alguma singularidade. A questão é: não seria isso uma necessidade urgente da sociedade brasileira? Para além de nos reconectarmos com as nossas experiências como expressão de nossa singularidade, não seria preciso também compreendê-las em um universo maior, que é o da estrutura da experiência histórica que nos cerca? Pois bem, é neste sentido que a História (ciência e ensino) tem o papel de nos orientar, pois segundo Koselleck: “A “história” é e continua a ser uma ciência da experiência”[17]

A comunidade dos historiadores pergunta não só pelo que ocorreu, pela singularidade do evento, mas também indaga como aquilo que pode ocorrer. Nesse sentido, procura causas cuja força probatória reside sua respeitabilidade; a singularidade só pode ser explicada por meio de causas se estas se repetirem[18]

A História ocupa este papel na elaboração, uma vez que ela nos serve para construir e entender o sentido (ou sentidos) de nossas vidas a partir de nossa relação com a experiência histórica, e acreditamos que entender como essa relação se dá contribui para que possamos ajustar nossas contas com nossa própria história, segundo o filósofo e psicanalista Vladimir Safatle em entrevista, “Quando você não acerta suas contas com a história, a história te assombra” (2018)[19].

Gilberto Freyre no plenário da Constituinte de 1946, nesse caso fazendo um elogio nostálgico aos tempos de outrora. Mas é esse passado que vira e mexe vem nos assombrar, não como mérito e sim tal qual fantasma perdido, sem rumo certo. O nosso passado escravocrata, o espectro do colonialismo, as estruturas de mandonismo e patriarcalismo, a da corrupção renitente, a discriminação racial, as manifestações de intolerância de gênero, sexo e religião, todos esses elementos juntos tendem a reaparecer, de maneira ainda mais incisiva, sob a forma de novos governos autoritários, os quais, de tempos em tempos, comparecem na cena política brasileira.[20]

O ajuste de contas com a nossa história precisa trazer para consciência aquilo que culturalmente se tornou inconsciente, ou seja, captar a consciência histórica inerente à sociedade brasileira hoje, para que com isso possamos iniciar um processo de pensar historicamente nossas relações no mundo e com o mundo.

REFERÊNCIAS

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* Rodrigo de Oliveira Soares é Doutor em História (UFG), atualmente é Professor do Instituto Federal de Goiás (Campus Senador Canedo). E–mail: rodrigo.soares@ifg.edu.br



[1] FUKS, Betty Bernardo. Desmentido, verdade histórica, construções. In: AIRES, Suely, LEITE, Nina Virgínia de Araújo, RAMOS, J. Guillermo Milán (orgs). A historicidade não é o que se espera. 1ª ed. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2017, p.46.

[2] HARTOG, François. Regimes de Historicidade. Presentismo e Experiências do Tempo. 1ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2015, p.149.

[3] FREUD, apud RAMOS, LEITE, AIRES. 2017, p.47.

[4] SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o Autoritarismo Brasileiro. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p. 223.

[5] FUKS, Betty Bernardo. Desmentido, verdade histórica, construções. In: AIRES, Suely, LEITE, Nina Virgínia de Araújo, RAMOS, J. Guillermo Milán (orgs). A historicidade não é o que se espera. 1ª ed. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2017, p.46.

[6] FUKS, Betty Bernardo. Desmentido, verdade histórica, construções. In: AIRES, Suely, LEITE, Nina Virgínia de Araújo, RAMOS, J. Guillermo Milán (orgs). A historicidade não é o que se espera. 1ª ed. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2017, p.46.

[7] FREUD, Sigmund (1914) Recordar, Repetir e Elaborar. In: FREUD, Sigmund. Fundamentos da Clínica Psicanalítica. (Obras Incompletas). 1ª ed. Belo Horizonte, 2017, p.151)

[8] HARTOG, François. Regimes de Historicidade. Presentismo e Experiências do Tempo. 1ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2015, p.145.

[9] FREUD, Sigmund (1920) Além do Princípio do Prazer. In: FREUD, Sigmund. História de uma Neurose Infantil (“o Homem dos Lobos”), Além do Princípio do Prazer e Outros Textos. 2ªed. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 179.

[10] FREUD, Sigmund (1914) Recordar, Repetir e Elaborar. In: FREUD, Sigmund. Fundamentos da Clínica Psicanalítica.(Obras Incompletas). 1ª ed. Belo Horizonte, 2017, p.156.

[11] RUFFATO, Luiz. O Brasil hipócrita: a questão do racismo. El País, 16/9/2014. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/16/opinion/1410894019_400615.html>. Consultado em: 10/08/2020.

[12] FREUD, Sigmund (1914) Recordar, Repetir e Elaborar. In: FREUD, Sigmund. Fundamentos da Clínica Psicanalítica.(Obras Incompletas). 1ª ed. Belo Horizonte, 2017, p.157.

[13] FREUD, Sigmund (1914) Recordar, Repetir e Elaborar. In: FREUD, Sigmund. Fundamentos da Clínica Psicanalítica.(Obras Incompletas). 1ª ed. Belo Horizonte, 2017, p. 161.

[14] SILVA Jr., Nelson da, AMBRA, Pedro Eduardo Silva. Histeria, patologia de gênero. In: AMBRA, Pedro Eduardo Silva, SILVA Jr., Nelson da. Histeria & Gênero – Sexo como desencontro. São Paulo: nVersos, 2014, p. 272.

[15] CERRI, Luis Fernando. Ensino de História e Consciência Histórica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010, p.41.

[16] HARTOG, François. Regimes de Historicidade. Presentismo e Experiências do Tempo. 1ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. Essa reflexão sobre o regime de historicidade da Psicanálise será feita em um outro momento desta pesquisa iniciada com esse artigo.

[17] KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo: estudos sobre história. 1ª ed.  Rio de Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2014, p.30

[18] KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo: estudos sobre história. 1ª ed.  Rio de Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2014, p. 23.

[19] SAFATLE, Vladimir. “Quando você não acerta suas contas com a história, a história te assombra”. Entrevista com Vladimir Safatle. IHU-Unisinos/Adital, 10/10/2018. Disponível em:  <www.ihu.unisinos.br/78-noticias/583593-quando-voce-nao-acerta-suas-contas-com-a-historia-a-historia-te-assombra-entrevista-com-vladimir-safatle>. Consultado em: 11/08/2020.

[20] SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o Autoritarismo Brasileiro. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p.224.




COMO CITAR ESTE ARTIGO | SOARES, Rodrigo de Oliveira (2021) Lembrar, repetir e elaborar: historicidade e restituição da relação com a experiência histórica brasileira. Lacuna: uma revista de psicanálise, São Paulo, n. -11, p. 10, 2021. Disponível em: <https://revistalacuna.com/2021/07/07/n-11-10/>.