Teonanácatl: pode um cogumelo psicodélico interessar ao psicanalista?

por Daniel Kazahaya, Rodolfo Olivieri & Luís Fernando Tófoli

E todos os Senhores e altos da província, todos comeram um pouco daqueles cogumelos da floresta, que eles dizem fazer você perder os sentidos, e então eles saíram preparados para uma dança (…) Com a força desses cogumelos, eles têm visões e revelações sobre o futuro, desde que o diabo falou com eles em sua loucura[1]

 

Teonanácatl foi o nome dado a uma ou mais espécies dos cogumelos Psilocybe na língua nativa dos povos astecas, náuatle, que chegaram até os tempos atuais conhecidos popularmente como “cogumelos mágicos” por seus reconhecidos efeitos psicodélicos, atualmente propostos como terapêuticos e de autoconhecimento. Esse texto se propõe a apresentar o campo de pesquisa dos psicodélicos utilizando o cogumelo Psilocybe como paradigma, introduzir o leitor aos conceitos básicos e desmistificar possíveis equívocos. É um texto introdutório, em formato de ensaio, que pretende abordar algumas possibilidades de articulação entre psicanálise e ciências psicodélicas ainda em caráter exploratório e inicial. Para tal, propomos um artigo científico de itens análogos aos dos ritos xamânicos, começando por uma “Iniciação”, na qual apresentamos um recorte da história dos cogumelos Psilocybe, com seu uso ritualístico e para fins de cura. Numa próxima etapa, em “Preparativos” serão expostos os riscos, a bioquímica e a toxicologia destes fungos. Respeitadas as devidas cautelas, abrimos nosso “Ritual” explicando os efeitos psíquicos na linguagem da psicanálise. Em seguida, em “Revelações” veremos as potenciais consequências terapêuticas que estes efeitos podem proporcionar, fazendo uma revisão bibliográfica narrativa de parte dos dados científicos sobre estes cogumelos e seus efeitos terapêuticos. Vale comentar que os estudos acadêmicos se dividem em duas vertentes: as pesquisas realizadas antes da década de 1980, com participação da psicanálise, e as pesquisas após 1990, com uma ausência praticamente total da psicanálise. Ao final, em “Encerramento” buscamos argumentar fatores de junção ou ruptura para o trabalho conjunto das ciências psicodélicas e psicanálise.

Iniciação: uma breve história da relação dos cogumelos Psilocybe com a espécie humana.

“Trabalho”, em rituais de Plantas de Poder, é o processamento envolvido no uso da substância, indicando o processo ativo tanto da pessoa, quanto da planta ou fungo. Jamais é passivo, como se o processo fosse conduzido apenas pela planta ou fungo. Tanto o é que nos rituais de ayahuasca existe o termo “peia” para falar sobre os momentos difíceis ou desafiadores do trabalho do sujeito em relação às revelações da planta. Feita a elucidação, que os trabalhos se iniciem.

A origem do uso dos cogumelos mágicos é bastante rica e interessante, pois entrelaça diversos campos do saber como política, economia, religião, terapêutica, botânica, etnomicologia, arqueologia, artes, psicologia, farmacologia, química, biologia e psicanálise. Contudo, a História do contato do homem ocidental com o Teonanácatl é recheada por equívocos, erros, distorções e preconceitos. Já se inicia com uma interpretação parcial, ou equivocada, da tradução da palavra Teonanácatl, traduzida pelos espanhóis como “carne dos deuses”. Segundo essa narrativa da religião cristã, a comunhão da eucaristia é a própria encarnação do Deus trino. Portanto, se a “carne de Deus” é a eucaristia, por exclusão, esta outra carne do Reino Fungi, que se supõe transcendental, só poderia ser do demônio. O confronto foi direto. Os padres e colonizadores espanhóis atribuíram os rituais de cogumelos ao trabalho do demônio e baniram a prática dessa religião entre os nativos.[2]

Apenas em 1980 o Teonanácatl teve sua tradução revisitada pelo etnomicologista Robert G. Wasson, que sugere que a tradução mais adequada, segundo o povo Mazateca do México, seria “cogumelo maravilhoso”, ou “cogumelo sagrado”, ou ainda “cogumelo impressionante”. Detalharemos este episódio mais à frente. O fato é que, com este entrave, supostamente religioso, os colonizadores iniciaram uma sistemática caça às práticas de cura e ritualística com cogumelos. O pouco que sabemos daquele tempo de 500 anos atrás está relatado pelos cronistas espanhóis em escassas obras, a exemplo da Historia general de las cosas de nueva España, também conhecido como Códice Florentino, com 12 volumes, escrito por cronistas espanhóis com ajuda de escritores astecas e compilado pelo frei Bernardino de Sahagún, onde se trazem relatos detalhados sobre o uso dos cogumelos tanto em rituais, em festas com sacrifícios (inclusive humanos) ou para fins diversos como de cura, sendo usado como uma “medicina”. Frei Diego Durán relata que o Rei Moteczuma convidava reis e inimigos para realizar festas onde todos comiam cogumelos. Era chamada de “fiesta de las revelaciones”[3].

Dos anos 1500 até a década de 1950, um enorme hiato permanece na história do uso ritualístico e de cura dos cogumelos. Esta lacuna, deixa rastros e perguntas muito importantes sobre o destino da cultura nativa dos povos ameríndios. A história vai se tornando mais intrincada e interessante quando olhamos para os artefatos arqueológicos. Um artefato muito intrigante, por exemplo, é a “Efígie de pedra da divindade Maia do Cogumelo”, datada do ano 300 a.c., tendo 33,5cm de altura. Foi encontrada em El Savador e atualmente está no museu Rietberg, em Zurich. A figura, provavelmente feminina, comunga elementos humanos e do Reino Fungi. Coberta com uma auréola estrelada com nove pontas, irradiaria benevolência.[4] Em 1953 o arqueólogo Stephan Borgheyi iniciou uma série de descobertas com estatuetas em formatos que mesclavam cogumelos, animais e humanoides no sítio arqueológico de Kaminaljuyu, na Guatemala. As impressionantes pedras cogumelos de Borgheryi datam de 1000-500 a.c.

Junto a esses achados, somam-se outras diversas evidências da importância dos fungos e cogumelos na América e, também, em sobre o seu uso vários outros pontos do globo, como o Panaeolus cyanescens em Bali, o Claviceps purpurea na Grécia, a Amanita muscaria na Sibéria e Índia (relacionado ao deus-narcótico Soma, da Índia ancestral, que era possivelmente ingerida pelos povos arianos 3.500 anos atrás[5]), o Lucoperdon marginatum no México (utilizada pelos povos Mixtecas de Oaxaca), o Psilocybe semilanceata na Europa Central (com evidências de uso de 12.000 anos atrás), o Boletus kumeus Heim em Nova Guiné, e o Teonanácatl na América Central, podendo receber outros diversos nomes conforme o povoado que o utilizava (Tamu, Hongo de San Isidro, She-to, To-shka)[6]. É importante ter em conta que nem todos esses fungos contém os mesmos princípios ativos dos cogumelos mágicos, a psilocibina e a psilocina.

Borgheyi relatou seus achados para um amigo aficionado em cogumelos, Robert Gordon Wasson. Ele era um banqueiro americano, acadêmico e erudito, que há tempos havia traçado uma pesquisa independente investigando as relações entre os cogumelos e o início das religiões e, por conta dessa pesquisa, viajou pela Sibéria, Europa e América procurando indícios de tais relações. A amizade e o interesses desses dois aficionados está relatada em mais de impressionantes 500 cartas trocadas que estão guardadas na Harvard University Library[7]. Borgheyi também contou a Wasson que conheceu um povoado onde ainda se praticava o uso ritualístico dos cogumelos. Estes povoados mantinham tais práticas guardadas “a sete chaves”, como é de se imaginar, visto a exterminação que seus antepassados sofreram por defender sua cultura. Porém, havia entre eles uma senhora que se dispôs a mostrar como os cogumelos eram utilizados para fins de cura, chamava-se Maria Sabina, do povo Mazateca em Oaxaca, México. Era uma senhora muito simples e humilde, porém muito sábia, conforme nos relatavam seus contemporâneos[8]. Ela recebeu Wasson que provou do cogumelo durante um ritual e ficou maravilhado com seus efeitos e com o tipo de uso que o povoado fazia[9].

Após esta exploração de campo, Wasson voltou aos Estados Unidos e publicou um artigo, em 1957, na LIFE Magazine contando detalhes de sua experiência[10]. Acredita-se que este artigo, contando a história de Maria Sabína, tenha sido um dos principais precursores da revolução psicodélica no mundo. Há rumores de que muitos artistas, intelectuais e pesquisadores foram visitar Maria Sabina.

Wasson também era amigo de Albert Hofmann, um químico suíço que trabalhava na indústria farmacêutica Sandoz. Anos antes, Hofmann havia conseguido sintetizar uma molécula a partir de precursores advindos do esporão do centeio, a dietilamida do ácido lisérgico dietilamina, que ficou conhecido pela sigla em alemão, LSD (Lysergsäurediethylamid). Wasson havia trazido consigo, para os EUA, amostras do cogumelo ritual e deu a Hofmann para que pesquisasse. O químico conseguiu identificar os compostos ativos do fungo, sendo que o principal deles foi designado como psilocibina, derivado da a denominação do gênero, Psilocybe (do grego; ψιλός + κύβη, “de cabeça nua”)[11].

Apoiado pela farmacêutica Sandoz, Hofmann produziu algumas cápsulas de psilocibina e voltou a visitar Maria Sabina junto a Wasson. Eles propuseram um ritual com a Maria Sabina para que ela averiguasse se a psilocibina sintetizada resultava em produções parecidas com o fungo em estado natural. Hofmann relata que

Ao nos despedirmos de Maria Sabína e seu clã ao raiar do dia, a curandeira disse que as pílulas tinham o mesmo poder dos cogumelos, que não havia diferença. Esta foi a confirmação da autoridade mais competente de que a psilocibina sintética era idêntica ao produto natural. (tradução nossa)[12]

Em 1960, três anos após a publicação do artigo de Wasson na revista LIFE, um professor de psicologia da Universidade de Harvard chamado Timothy Leary teve sua primeira experiência com cogumelos no México, na região de Cuavernaca. Leary relata que esta experiência foi uma das mais marcantes de sua vida[13]. Ele nos conta que: “Comi sete dos cogumelos sagrados do México e descobri que beleza, revelação, sensualidade, a história celular do passado, Deus, o Diabo – tudo está dentro do meu corpo e fora da minha mente”[14].

Este professor iniciou estas pesquisas na Universidade de Harvard e obteve apoio da farmacêutica Sandoz, que passou a fornecer o quanto ele necessitasse de psilocibina sintetizada, gratuitamente, para fins de pesquisa. Assim, iniciou-se a “Harvard Psilocin Project”, que realizava pesquisas sobre psicodélicos com convidados, artistas, profissionais da religião e estudantes de psicologia[15]. Ele adotou o que denominou de abordagem “existential-transactional” rejeitando a atmosfera impessoal dos experimentos clássicos, partindo de suas experiências pessoais em ambientes sacramentais, como em Cuernavaca.

As pesquisas de Leary passaram a chamar muito a atenção da comunidade acadêmica e local. A reitoria da universidade alertou o professor e fez diversas restrições as suas pesquisas na Universidade de Harvard chegando ao ponto em que seus experimentos foram proibidos e o projeto encerrado.[16]

Junto a isto, os psicodélicos já haviam se tornado conhecidos por grande parte do público nos EUA e eram utilizados pelos contestadores da guerra do Vietnã. O governo Nixon, sob pretexto de proteger os cidadãos das ameaças que certas “drogas” produziriam a população, proíbe o uso de diversas substâncias. A partir disso, inicia-se uma iniciativa de combate ao uso e comércio dessas substâncias, que se globalizou e que conhecemos como “Guerra às Drogas”[17].

Assim, gradualmente, a partir da década de 1970, a maioria das pesquisas envolvendo o uso terapêutico ou experimental de “drogas”, em especial os psicodélicos, foram descontinuadas, as verbas cortadas, e os laboratórios fechados.

Preparativos: Riscos, bioquímica, farmacologia e toxicologia do Psilocybe cubensis

Em 2007, uma francesa em viagem turística à Amsterdam suicidou-se pulando de uma ponte após ingerir cogumelos mágicos vendidos legalmente nos smartshops locais. A investigação não concluiu que os dois fatos estavam diretamente relacionados, já que a jovem também havia ingerido álcool, maconha e estava em tratamento de depressão, mas o episódio serviu para que grupos proibicionistas pressionassem o governo para proibir a venda dos fungos. O Ministério da Saúde, Bem-estar e Esporte holandês afirmou que “está comprovado que o consumo de cogumelos alucinógenos pode levar a comportamentos imprevisíveis, logo, de risco”[18]. A “Associação Nacional de Smartshops” – VLOS tentou rebater a afirmação alegando que a maioria dos incidentes ocorridos envolveram maconha e álcool, e não os cogumelos psicodélicos, mas não conseguiram derrubar a medida de proibição de venda.

A partir desse episódio, o Ministro da Saúde da Holanda requereu uma pesquisa[19] sobre os riscos dos cogumelos mágicos ao Coordination Point Assessment and Monitoring new Drugs – CAM. O grupo de pesquisa concluiu que:

O uso de cogumelos alucinógenos possui um risco tão baixo a saúde do indivíduo e a sociedade que proibi-lo é uma taxação muito pesada em relação ao incômodo e aos danos de seu uso atual […]. Não há dependência física ou emocional. Embora não haja dados e evidências científicas, o uso do cogumelo mágico em combinação com outras substâncias, incluindo o álcool, parece inserir um risco adicional[20] (tradução nossa)

Os autores do relatório ainda completam indicando que os maiores riscos verificados em relação ao uso dos cogumelos estão no fato de os turistas estarem mais vulneráveis, em local desconhecido e sem informações ou experiência sobre os efeitos do cogumelo. Portanto, o risco maior está em relação ao setting (ambiente de uso) e ao set (a pessoa, as informações e a experiência com o cogumelo), e não a substância em si[21].

Foi relatado um caso de morte após uso de cogumelo Psilocybes psicoativo em um paciente de 24 anos que recebeu um transplante de coração 10 anos antes. O paciente fez uso excessivo (toxicidade) do composto, o que gerou um quadro raro de superestimulação do sistema simpático que regula o coração, já fragilizado por ser transplantado[22]. O mesmo artigo relata que apenas dois outros casos de morte pelo uso de cogumelos Psilocybes psicodélicos foram relatados anteriormente. Um por conta de sequelas neurológicas (sonolência e convulsões) entre 6 e 8h após a ingestão. Exame pós-morte revelou uma concentração muito alta de psilocibina no plasma (4000mg/L). As informações sobre a segunda morte são escassas. Outras mortes relatadas foram decorrentes de acidentes após ingestão de cogumelo[23]. Outro estudo de 2018 analisou o histórico de exposição à uma única dose de psilocibina ou lsd dos centros de envenenamento dos Estados Unidos de 2000 a 2016. Com milhares de exposições (quase 10 mil) avaliadas, os resultados mostram que o uso mais frequente se dá entre jovens adultos do sexo masculino e que os principais efeitos: alucinações, agitação, e taquicardia são clinicamente leves ou moderados. “Efeitos graves são infrequentes, mas podem ocorrer”[24].

De acordo com os resultados apresentados na pesquisa américa sobre o uso de drogas, “Monitoring the Future”, cerca de 2-5% da população dos Estados Unidos abaixo dos 55 anos já experimentou o cogumelo Psilocybe e cerca de 4,4% da população até 18 anos já utilizou o cogumelo[25]. Esta porcentagem representa alguns milhões de pessoas que experimentaram com estes cogumelos nos Estados Unidos. Unindo estas informações aos dados citados no parágrafo anterior, é possível presumir que, de modo geral, mortes correlacionadas ao uso do consumo de cogumelo Psilocybe, corretamente identificados, são extremamente raras.

Numa outra pesquisa sobre os riscos de drogas no Reino Unido, os pesquisadores utilizaram um método de averiguação chamado Análise de Decisão por Múltiplos Critérios para categorizar os prejuízos de drogas por especialistas. Esta pesquisa revelou que, dentre as substâncias analisadas e segundo o painel de experts, os cogumelos mágicos são os mais seguros, ou que apresentam o menor risco de danos. No outro extremo, temos o álcool como maior causador de danos[26].

Em termos bioquímicos e de neurofarmacologia a psilocibina e a psilocina seriam os componentes psicoativos principais dos cogumelos psicodélicos. A psilocibina quando ingerida, sofre alterações, transforma-se em psilocina e estimula o receptor 5-HT2A, um dos diversos receptores cerebrais de serotonina. Existem mais outras substâncias provavelmente ativas como a baeocistina e a norbaeocistina, que junto a outros compostos tornariam a psicofarmacologia do cogumelo complexa, conforme análise de Presti[27].

Ritual: Efeitos psíquicos, estudos psicológicos e ensaios psiquiátricos

Os efeitos encontrados ao se ingerir um psicodélico, como é o caso dos cogumelos mágicos, podem variar muito em termos de quantidade e de qualidade da experiência, dependendo basicamente de três fatores, já mencionados previamente: o ambiente de uso e o contexto social, ou setting; a qualidade/quantidade da substância psicodélica; e a pessoa em si, ou set, ou seja, a estrutura ou estado psíquico no qual se encontra[28]. Conforme há variação da configuração destes três elementos básicos podemos encontrar diferenças radicais de efeitos subjetivos em cada pessoa indo deste a extrema satisfação com profundos insights, processos de cura, abertura ao conhecimento pessoal, até a experiências de angústias abismais e disruptivas, as chamadas bad trips[29].

Apesar dessa variedade, quando analisamos os efeitos a partir de uma larga escala de comparação, é possível estabelecer certos parâmetros dentro da psicologia experimental-descritiva que auxiliam a nortear a identificação e nomenclatura dos efeitos. Indo por essa vertente os pesquisadores de psicodélicos Master e Houston (2000) propõem uma análise em termos de “estágios de desenvolvimento” dos efeitos. Eles apresentam o seguinte desenvolvimento: 1. O nível perceptual; 2. O nível rememorativo-psicodinâmico; 3. O nível simbólico-existencial e; 4. O nível de profunda integração ou transcendência do Self . Vamos utilizar estes quatro níveis para buscar realizar uma leitura psicanalítica e interpretativa desses fenômenos.

Tipicamente, os primeiros efeitos – nível perceptual – são alterações sensoriais que podem incluir todos os sentidos, especialmente a visão. Podem surgir cores vívidas, formas geométricas que se abrem como flor ou formas de fractais infinitas, movimentos contínuos que podem se transformar em formas mais complexas e que podem envolver animais, pessoas, cenários da natureza e mesmo visões cósmicas ou definidas como “sobrenaturais”. Arquiteturas e construções ou, ainda, alterações da percepção do próprio corpo. Há intensa sensação de alteração da noção de tempo e espaço[30]. Estas visões, ao contrário do que muitos poderiam definir como uma típica experiência de alucinação, em nossa concepção estão mais próximas ao sonho do que de uma percepção sensorial não existente na objetividade. Por mais intensa que seja a vivência, o sujeito não a confunde com seu estado ordinário, sabendo por grande parte do tempo que tais alterações decorrem do uso do psicodélico[31].

Na experiência psicodélica, estas visões se aproximam mais de um sonho que se sabe sonhando, ou sonho lúcido. Há um entrelaçamento entre formas perceptuais, afetos, experiências corporais e vivências psíquicas que se assemelham muito a atividade onírica. Nas comunidades ayahuasqueiras estas experiências são chamadas de mirações. É comum estas visões trazerem mensagens de caráter inconsciente que surgem como uma espécie de associação livre, em que lembranças, sons, imagens, cenas e recordações variadas ganham forma. Tanto a interação quando a cadência desses conteúdos que a priori podem soar sem sentido, a posteriori podem ganhar uma conotação de revelação de conteúdos pessoais (insights) e, por vezes, profundo autoconhecimento sobre algo que diga respeito ao sujeito[32]. Essa correlação da experiência psicodélica com uma espécie de sonho e associação livre é um caminho de pesquisa que poderia ser muito frutífero.

O nível perceptual de experiência abrigaria em si quatro níveis importantes de efeitos psíquicos, nos quais o psicodélico teria as seguintes características: 1. pode ser um impulsionador de associação livre e de acesso ao inconsciente; 2. pode ser um catalizador da atividade inconsciente desejante; 3. pode estar envolvido em experiências do tipo “elaborações imaginativa da função”; e 4. pode contribuir com a capacidade de sonhar, elaborar, ou processar a experiência, de transformar elementos sensoriais brutos no sentido em que trabalha Ogden unindo as ideias de Freud, Klein, Bion e Winnicott . Podemos entrelaçar esta leitura psicanalítica desses efeitos às produções terapêuticas da psilocibina em transtornos que envolvem um empobrecimento da ação desejante, como as depressões[33].

No segundo nível, o rememorativo-psicodinâmico, percebem-se alterações temporárias nas dinâmicas da estrutura psíquica tanto em relação a primeira quanto a segunda tópica freudiana. Portanto, as fronteiras entre consciente e inconsciente, assim como id, ego e superego tornam-se mais porosas, ou mesmo, como propõe certos autores, se diluem temporariamente[34]. Aqui os efeitos podem proporcionar um contato com materiais reprimidos relativos a traumas típicos de neuroses. Além disso, os psicodélicos parecem agir também num segundo tipo de trauma – numa leitura winnicottiana – o da interrupção da continuidade do Ser[35] atuando em questões que envolvem o verdadeiro e falso Self, criatividade e área transicional, conforme a teoria winnicottiana.

No terceiro nível de efeito, o nível simbólico existencial, surgem ideias, imagens eidéticas simbolizadas e o mesmo pode ocorrer com o ambiente. Os temas que surgem são mais pessoais e envolvem engajamento emocional num sentido de ser partícipe do drama da experiência psicodélica. Estas cenas frequentemente ganham conotações mitológicas e ritualísticas que versam sobre a existência do Ser através de figuras históricas e legendárias. Neste momento, o sujeito pode encontrar forças para lutar com tal drama e alcançar soluções. Na medida em que a tônica da experiência recai para um sentimento existencial, podemos imaginar que a experiência está ocupando novas áreas do psiquismo. Conforme detalhou Winnicott[36], o lugar dos fenômenos existenciais é outro e tem a ver com a criação de um espaço subjetivo interno, um espaço pessoal, onde é possível brincar, criar, ser autentico e espontâneo. Winnicott[37] chamou este local de “área intermediária da experiência”, para diferenciar esta área das outras duas, a realidade interna e a realidade externa. Aqui, o psicodélico vai abrindo possibilidades de atuação em questões contemporâneas muitos importantes como adoecimentos do tipo falso self, tédio, inautenticidade, etc, como apresentado no relato de trabalho realizado no Peru, de forma transdisciplinar, em que os pacientes “droga-dependentes foram submetidos a tratamentos com terapêuticas de tradição indígena”, psicanálise e ayahuasca[38].

O último nível encontrado na experiência psicodélica é o de profunda integração ou transcendência do Self. Conforme ocorre o que se convencionou descrever como “dissolução do ego” ou experiências de pico, o sujeito pode ter vislumbres de uma profunda consciência de um todo maior, de unidade, da interconectividade cósmica das existências onde as fronteiras desaparecem e os objetos e o próprio eu parecem estar unificados em uma totalidade[39].

Aqui uma interpretação possível parte desse fenômeno como uma espécie de regressão. Na psicanálise, a regressão a determinado estado mental é necessária para se realizar certas reparações de vivências que não aconteceram a tempo dentro da vida afetiva pessoal. É importante lembrar que, numa análise, a regressão e só acontece em condições muito especiais de confiança com o analista. Portanto, seria surpreendente termos uma substância que facilitasse o contato com áreas psíquicas de tão difícil acesso. Por outro lado, sendo uma região tão sensível e vulnerável, a administração de tal substância requereria um cuidado à mesma altura. Se a regressão realmente acontece, a vulnerabilidade e o risco são máximos. O cuidado e o treinamento para lidar com estas situações também devem o ser.

O psicanalista Eduardo Gastelumendi fez achados similares ao estudar os efeitos da ayahuasca que, segundo ele, podem ser entendidos a partir da psicanálise por meio das resistências, da regressão, da angústia, das visões e dos sonhos, do insight, do self, do narcisismo, do sentimento oceânico, da memória e do arcaico, da sexualidade, do espaço potencial. Ele faz aproximações teóricas da psicanálise com os efeitos da ayahuasca. Gastelumendi relata que vivenciou experiências com essa substância enquanto estava em análise e pôde usar este espaço para aprofundar questões surgidas na ayahuasca e vice-versa[40].

Veremos na sequência as decorrências terapêuticas possíveis após a administração da psilocibina, a partir da visão da psicologia experimental e da psiquiatria.

REVELAÇÕES: ciência e psicodélicos

Conforme o levantamento realizado pelo médico e pesquisador do Hannover University Medical School, Torsten Passie, a aplicação de psicodélicos seguindo a metodologia científica pode ser rastreada a partir dos anos 1950. Considerando que no início o LSD era a substância mais utilizada, posteriormente a mescalina[41].

A partir das descrições de Wasson iniciadas em 1950 e com a identificação e sintetização do composto ativo dos cogumelos por Albert Hofmann, a psilocibina, seguiram-se duas décadas de estudo acadêmicos com os cogumelos psicodélicos abordando a etnomicologia[42], a distribuição global do fungo e sua ecologia[43], bioquímica e neurofarmacologia[44], além do uso da psilocibina em psicoterapia[45]. Estes últimos estudos em psicoterapia, desenvolvidos entre 1960 e 1980, de maior relevância para este texto, exploraram uma série de possibilidades terapêuticas com uso da substância psilocibina tais como: terapia individual psicanalítica; terapia individual psicanalítica com sessões psicolíticas um-a-um e encontros de terapia de grupo; terapia de grupo intercalada com sessões de grupos psicolíticas; e preparação em terapia de grupo e alta dosagem (psicodélica) com configuração de grupo de apoio, conforme descrito por Passie[46]. Psicoterapias psicolíticas e psicodélicas se diferem tanto pela quantidade de substância administrada quanto pelo efeito buscado. Oram (2017) aponta, falando especificamente do LSD, que a partir da década de 50 os pesquisadores utilizam essa substância em grandes doses, psicodélicas, buscando um “psicotomimético”, ou seja, uma droga que “imitaria a psicose” revelando abruptamente a dinâmica psicológica do sujeito. Posteriormente outros pesquisadores, também psicanalistas, através de uma abordagem psicolítica, com doses bem menores, buscavam apenas um “afrouxamento” das resistências que poderia dinamizar o conteúdo das sessões[47].

Estes estudos com psilocibina investigavam principalmente a “ativação de memórias inconscientes e conflitos”, “transcendência psicodélica do ego” e “confrontação do self”[48]. Junto à psilocibina, outras substâncias foram utilizadas na terapia psicolítica: CZ 74, LSD, mescalina e cetamina (mais conhecida popularmente como ketamina).

Vamos utilizar o primeiro grupo, a terapia psicanalítica individual, para exemplificar o método, que consistia em incluir a administração da psilocibina no curso de um tratamento psicanalítico individual. A primeira administração da substância era precedida de meses de tratamento e seguia com sessões periódicas de administração de substância. A experiência adquirida nestas sessões era analisada durante o tratamento individual com ajuda de documentação e memórias. Reparem que usamos o termo “tratamento” e não “análise”, justamente para evitar equalizar as condições de setting e uso das técnicas. A psicanálise aqui, era utilizada enquanto teoria de compreensão dos efeitos psíquicos e algumas técnicas psicanalíticas eram utilizadas para pesquisa e tratamento, como a interpretação de conteúdos inconscientes.

Os ensaios clínicos da atualidade já publicados demonstram evidência do potencial terapêutico da psilocibina, sendo, portanto, um campo frutífero de pesquisas para as formas de sofrimento da atualidade. Estes ensaios demonstram resultados significativos em transtornos como a angústia associada ao câncer[49][50][51], dependência ao tabaco e álcool[52][53][54], dores de cabeça severa[55][56], depressão resistente a tratamentos[57], e transtorno obsessivo-compulsivo[58]. Em um recente artigo de revisão sobre o uso terapêutico da psilocibina, Johnson e Griffiths[59], concluem que o estado atual das pesquisas sugere uma considerável garantia ao uso terapêutico da psilocibina.

Resultados relevantes surgem no tratamento da angústia relativa ao câncer, sendo o que há de mais avançado em pesquisa na área, com dois estudos que fornecem fortes evidências de diminuição dos sintomas de depressão e de ansiedade que persistem por 6 meses após um único tratamento ativo[60][61].

Em Londres, outro estudo publicado em 2016 na Revista The Lancet, mostra os resultados efetivos com doze participantes diagnosticados com depressão refratária que reforçam a segurança e eficácia da substância em contextos terapêuticos, além da duração e magnitude da redução de sintomas graves pós-tratamento, motivando a realização de mais pesquisas controladas[62].

Dentre as pesquisas clínicas recentes, pode-se notar uma correlação que surge nos resultados de grande parte dos estudos com o que foi denominado como “experiências místicas”[63][64][65]. Estas envolvem as seguintes qualidades psíquicas: senso de unidade, qualidade noética, sacralidade, humor positivo, transcendência de tempo e espaço, e a inefabilidade, ou incapacidade de se colocar a experiência em palavras[66][67]. Ainda sobre os ensaios clínicos, na conferência internacional Psychedelic Science, em 23 de abril de 2017, na Califórnia, Roland Griffiths aponta que entre os participantes dessas pesquisas, 78% incluem a experiência com psilocibina entre as dez experiências mais significativas de suas vidas, 83% entre as cinco melhores experiências espirituais, 94% relatam aumento da sensação de bem-estar ou satisfação alta e moderada em relação a satisfação frente a vida, 89% atribuem mudanças comportamentais positivas[68].

Encerramento: a conexão com a psicanálise

Por tempos se questionou a medicação psiquiátrica por ela atuar no viés orgânico com mais ênfase no sintoma, mas, e se ao invés disso, a medicação impulsionasse associações? Insights? Sonhos? Regressões? Verdadeiros trabalhos psíquicos à moda psicanalítica. O uso dos psicodélicos como um instrumento terapêutico e de autoconhecimento é um dos desenvolvimentos mais excitantes em neuropsiquiatria porque ele tem dois caminhos de atuação: um viés orgânico e outro de nível psicológico, ambos, juntos, parecem produzir resultados terapêuticos e de autoconhecimento que podem ser considerados sem precedentes na história da psiquiatria[69].

As pesquisas com psicodélicos na atualidade, estão mais voltadas para a metodologia quantitativa, a “pesquisa empírica”, isto é, quantificar a presença ou ausência de um determinado fenômeno estudado, em sua maioria os sintomas da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados a Saúde – CID. Um panorama mais amplo de pesquisa deveria também incluir o paradigma da pesquisa qualitativa, ou “pesquisa clínica”, isto é, explicar como a dinâmica psíquica causa a alteração dos sintomas e estabelecer relações. Quando a pesquisa quantitativa e qualitativa são combinadas o resultado é uma “hipótese compreensiva clínico-empírica”[70]. A psicanálise teria muito a contribuir nesse sentido para o avanço das ciências psicodélicas com seu repertório teórico clinico sobre a psicodinâmica. Por outro lado, os psicodélicos também parecem auxiliar a psicanálise funcionando, entre outras, como uma espécie de instrumento para cartografia do inconsciente[71], além, obviamente, por suas características associativas, regressivas e terapêuticas. A área dos psicodélicos parece proporcionar um espaço para a superação parcial da antiga dicotomia entre neurociências e psicanálise, como já encontramos em alguns trabalhos[72] [73], pois se apresenta como um campo de pesquisa essencialmente interdisciplinar.

Este texto, portanto, se propõe a (re)apresentar ao campo psicanalítico uma categoria de substâncias que além de gerar um efeito comparável à livre associação, tão cara a psicanalise, abre incomparáveis possibilidades de acesso ao inconsciente, a simbolização e elaboração. Ao possibilitar um contato com a experiência inconsciente versa sobre resistências, angústias, sonhos e insights. Parece também abrir um caminho para estados regressivos, que poderiam prover integração psicossomática ou revelação do verdadeiro Self. Estes efeitos se desdobram em resultados clínicos rastreáveis pelos métodos psiquiátricos e, quem sabe em breve, psicanalíticos. As possibilidades de pesquisa são inúmeras. Ao que tudo indica os psicodélicos já eram utilizados por nossos ancestrais para diversos fins, inclusive de cura e de autoconhecimento, mas a maioria de seus usos tiveram sua continuidade ceifada de sua continuidade por motivos religiosos, políticos, moralistas, de censura ao clássico estilo de recalcar o conhecimento inconsciente e de colonizar a alteridade, o outro semelhante. Essas substâncias passam por uma ampliação e ramificação de acesso ao indivíduo das grandes cidades, indivíduo este que eventualmente se deitará no divã. Para quais questões e vivências o psicanalista deverá estar preparado? De quais preconceitos mais ele precisará se despir?

Há ainda um crescente investimento em centros de pesquisas sobre psicodélicos. Organizações como a MAPS (Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies) vêm arrecadando milhões de dólares para incentivo às pesquisas. Grandes instituições como a Johns Hopkins, Universidade da Califórnia, Berkeley e o Mount Sinai Hospital já têm ou planejam ter departamento para pesquisas com psicodélicos. Condições contemporâneas como a depressão, ansiedade, TEPT (transtorno de estresse pós traumático) e dependências, que mobilizam um amplíssimo campo de pesquisa na saúde mental também estão presentes no universo da ciência psicodélica, e com resultados promissores[74]. Qual motivo teria a psicanálise para negligenciar tal fenômeno?

Voltando ao título: Pode um psicodélico interessar ao psicanalista? A pergunta tem caráter dúbio: Interpela o psicanalista como indivíduo, pesquisador, questionador dos fenômenos sociais e como posição, semblante, aquele que em transferência, através da escuta, supostamente seria suporte para alçar o desejo desconhecido do analisante. Gostaríamos de trazer aos psicanalistas brasileiros um relato intrigante ocorrido com nossos vizinhos argentinos e descrito em Freud en las pampas de Mariano Ben Plotkin (2003). Vale a citação longa:

Outras técnicas não ortodoxas inspiradas na psicanálise também proliferaram. Uma delas, que fez sucesso entre alguns setores politicamente progressistas, foi o uso de psicodélicos, principalmente LSD-25 e mescalina. Mais uma vez, Pichon Rivière antecipou uma tendência quando experimentou o uso de drogas para facilitar o processo analítico na década de 1940. Uma década depois, Alberto Tallaferro e José Bleger dedicaram muitas páginas a este tema. Finalmente, em 1956, Luis Álvarez de Toledo, então presidente da APA, organizou um grupo para experimentar o LSD. Outros participantes foram Alberto Fontana, membro associado da APA, e Francisco Pérez Morales, candidato. Fontana fundou uma clínica junto com Pichon, Bleger e outros psicanalistas onde oferecia tratamento com LSD. Essa droga foi usada para facilitar a psicanálise e não para substituí-la; na verdade, as bases teóricas para a interpretação eram basicamente kleinianas. Em geral, a droga era administrada em sessões prolongadas de várias horas, às vezes um dia inteiro; comida e música também foram introduzidas para fins terapêuticos. A maioria dos membros conservadores da APA rejeitou o uso terapêutico de drogas; era mais fácil para eles aceitarem profundos desvios teóricos do que inovações técnicas. Álvarez de Toledo foi condenado ao ostracismo e não ocupou nenhum outro cargo importante na APA após o término de seu mandato como presidente. Pérez Morales foi forçado a renunciar quando a monografia que apresentou para sua promoção a membro associado foi rejeitada, enquanto Fontana renunciou em solidariedade[75] (tradução nossa)

Convém seguirmos um ponto mais nas notas de rodapé incluídas no texto original:

Os membros da APA que propuseram desvios técnicos foram condenados ao ostracismo, enquanto aqueles que propuseram desvios teóricos mais ousados, mas continuaram apegados à técnica kleiniana, não foram incomodados. Como exemplo podemos citar José Bleger, que tentou articular psicanálise e marxismo (…). O Dr. Alberto Fontana me disse em uma entrevista que os motivos de sua renúncia e a punição contra Pérez Morales estavam relacionados a questões de política interna, incluindo política sexual. Ele também afirma que muitos analistas da APA continuaram a experimentar secretamente LSD apesar da proibição. [76] (tradução nossa)

Embora os detalhes de tais decisões da APA não estejam disponíveis para analisar, por enquanto, se nos ativermos as afirmações de Plotkin, vemos que as decisões foram pautadas mais em aspectos políticos do que técnico-científicos sobre os achados de tais pesquisas. Esta polêmica continua, mas podemos imaginar o que havia de tão interessante nos efeitos do LSD junto à psicanálise para interessar a psicanalistas do calibre de Pichon Rivière e José Bleger.

REFERÊNCIAS

ALLEN, John; ARTHUR, James (2004) “Etnomycology and distribution of the psilocybian mushroom”. In: METZNER, Ralph; DARLING, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press; pp. 1-48.

AMSTERDAM, Jan Van; OPPERHUIZEN, Antoon; BRINK, Win van den. (2011) Harm Potetial of magic mushroom use: A review. Regulatory Toxicology and Pharmacology, vol. 59, pp.423-429.

ANDERSEN, Kristoffer, et al. (2021) Therapeutic effects of classic serotonergic psychedelics: A systematic review of modern-era clinical studies. Acta Psychiatr Scand, vol. 143, n. 2; pp. 101-118.

BAUM, Dan (2016) Legalize it all. Harper’s Magazine. Disponível: <https://harpers.org/archive/2016/04/legalize-it-all/>

 BITTENCOURT, Aline Alvares, Benetti, Silvia Pereira da Cruz, & Serralta, Fernanda Barcellos. (2018). Integração entre pesquisa empírica e prática clínica psicanalítica: um estudo ilustrativo. Contextos Clínicos, 11(1), 136-147. <https://dx.doi.org/10.4013/ctc.2018.111.11>

BOGENSCHUTZ, Michael, et al. (2015). Psilocybin-assisted treatment for alcohol dependence: a proof-of-concept study. J Psychopharmacol, vol. 29, n. 3; pp. 289-299.

CARHART-HARRIS, R. L., & FRISTON, K. J. (2010). The default-mode, ego-functions and free-energy: a neurobiological account of Freudian ideas. Brain, 133(4), 1265-1283.  <https://academic.oup.com/brain/article/133/4/1265/307446#main-content>.

CARNEIRO Henrique (2021) Os Psicodélicos Ou Enteógenos: e a importância cultural das alucinações. Revista Platô, v. n. 5. Disponível: <https://www.academia.edu/63643031/Os_psicod%C3%A9licos_ou_ente%C3%B3genos_e_a_import%C3%A2ncia_cultural_das_alucina%C3%A7%C3%B5es_Plat%C3%B4_v5_n5_Edi%C3%A7%C3%A3o_psicod%C3%A9licos>

CARHART-HARRIS, et al. (2016). Psilocybin with psychological support for treatment-resistant depression: an openlabel feasibility study. Lancet Psychiatry, vol. 3; pp. 619-627.

CARHART-HARRIS (2018). Psilocybin with psychological support for treatment-resistant depression: six-month follow-up. Psychopharmacology, vol. 235, n. 2; pp. 399–408.

COLLECTION. The Americas. Disponível: <https://rietberg.ch/en/stories/81>

DURÁN, Fray Diego (1867) Historia de las indias de la nueva-españa y islãs de tierra firme. México: imprenta de J.M. Andrade y F.Escalante. Bajos de San Agustin num.1.

ESCOHOTADO, Antonio. (2000). Historia general de las Drogas. Madrid: Espasa.

ESTRADA, Álvaro (1984) A vida de Maria Sabina. Brasileira. Martins Fontes.

FULGENCIO, Leopoldo. (2004) A noção de trauma em Freud e Winnicott. Nat. hum. [online], vol.6, n.2; pp. 255-270.

GARCIA-ROMEU, Albert, GRIFFITHS, Roland; JOHNSON, Matthew (2014). Psilocybin-occasioned mystical experiences in the treatment of tobacco addiction. Current drug abuse reviews, vol. 7, n. 3; pp. 157–164.

GASTELUMENDI, Eduardo. (2013). Uma mirada psicoanalítica a la experiencia com ayahuasca. Revista Psicoanálisis, n. 12

GRIFFITHS, Roland, et al. (2008). Mystical-type experiences occasioned by psilocybin mediate the attribution of personal meaning and spiritual significance 14 months later. Journal of psychopharmacology (Oxford, England), vol. 22, n. 6; pp. 621–632.

GRIFFITHS, Roland, et al. (2016). Psilocybin produces substantial and sustained decreases in depression and anxiety in patients with life-threatening cancer: A randomized double-blind trial. Journal of psychopharmacology (Oxford, England), vol. 30, n. 12; pp. 1181–1197.

GRIFFITHS, Roland. (2017). Johns Hopkins Psilocybin Research Project: Studies of Mystical Experience Adverse Effects, Meditation in Health Volunteers, and Palliative Effects in Cancer Patients – Implications for Spirituality and Therapeutics. [vídeo]. Califórnia. Disponível: <https://www.youtube.com/watch?v=6bu3q3GMHfE>.

GROB, Charles et al. (2011). Pilot study of psilocybin treatment for anxiety in patients with advanced-stage cancer. Arch Gen Psychiatry, vol. 68, n. 1, pp. 71-78.

HOFMANN, Albert (1990) Ride through the Sierra Mazateca in Search of the magical plant ‘Ska Maria Pastora’. In: The sacred Mushroom seeker – Essays for Gordon Wasson. Portland: Dioscorides Press; pp. 15-27.

IAVELBERG, Carlos; MALDONADO, Raquel (2008) Restrições a drogas ameaçam rótulo de Holanda tolerante. Folha de São Paulo. Disponível: <www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0712200813.htm>.

JOHNSTON, Lloyd et. al. (2012) Monitoring The Future: National Survey Results On Drug Use, 1975–2012. The University of Michigan Institute for Social Research.

JOHNSON, Matthew, et al. (2014). Pilot study of the 5-HT2AR agonist psilocybin in the treatment of tobacco addiction. J Psychopharmacol, vol. 28; pp. 983-992.

JOHNSON, Matthew, et al. (2017) An online survey of tobacco smoking cessation associated with naturalistic psychedelic use. J Psychopharmacol, vol. 31, n. 7; pp. 841-850.

JOHSON, Matthew; GRIFFITHS, Roland (2017). Potential Therapeutic Effects of Psilocybin. Neurotherapeutics, vol. 14, n. 3, pp. 734-740.

LANGLITZ, Nicolas (2013) Neuropsychedelia: the revival of hallucinogen research since the decade of the brain. Berkeley and Los Angeles: University of California Press.

LEARY, Timothy. (1961). Drugs, Set & Suggestibility. Paper presented at the annual meeting of the American Psychological Association.

______. (2005) “The Initiation of the ‘High Priest’”. In: METZNER, Ralph; Darling, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press, 2004; pp. 160-178.

LIM; WASYWICH; RUYGROK (2012) A fatal case of ‘magic mushroom’ ingestion in a heart transplant recipient. Intern Med J, vol. 42, n. 11, pp. 1268-9.

LEONARD, James; ANDERSON, Bruce; KLEIN-SCHWARTZ, Wendy (2018) Does getting high hurt? Characterization of cases of LSD and psilocybin-containing mushroom exposures to national poison centers between 2000 and 2016. Journal of Psychopharmacology, vol. 32, n. 12, pp. 1286-1294.

METZNER, Ralph (2004) “Introduction: Visionary Mushrooms of the Americas”. In: METZNER, Ralph; DARLING, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press, 2004; pp. 1-48.

MIKOSZ, José Eliézer. (2009). A arte visionária e a Ayahuasca: Representações Visuais de Espirais e Vórtices Inspiradas nos Estados Não ordinários de Consciência (ENOC). Tese de doutorado. Doutorado em Ciências Humanas. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.

MORAES, João Antônio Pentagna de. Cartografias do inconsciente. 2017. 200 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia: Psicologia Clínica) – Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia: Psicologia Clínica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2017.

MORENO, Francisco, et al. (2006). Safety, tolerability, and efficacy of psilocybin in 9 patients with obsessivecompulsive disorder. J Clin Psychiatry, vol. 67; pp. 1735-1740.

MOURE, Walter Gustavo; SAFRA, Gilberto. (2005) Saudades da cura: estudos exploratório de terapêuticas de tradição indígena da Amazônia Peruana. São Paulo: Universidade de São Paulo.

NUTT, David et al. (2010) Drug harms in the UK: a multicriteria decision analusis. The Lancet, vol. 376, pp. 1558-1565.

ORAM Matthew (2017) The Trials of Psychedelic Therapy: LSD psychotherapy in America.

PASSIE, Thorsten. (2004) “A history of the use of psilocybin in psychotherapy”. In: METZNER, Ralph; DARLING, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press; pp. 1-48.

PLOTKIN, Mariano (2001). Freud in the Pampas: The emergence and development of psychoanalytic culture in Argentina. Stanford University Press.

PRELLER; VOLLENWEIDER. (2017) “Phenomenology, Structure, and Dynamic of Psychedelic States”. In: HALBERSTADT; VOLLENWEIDER; NICHOLS (eds). Behavioral Neurobiology of Psychedelic Drugs. Current Topics in Behavioral Neurosciences. Berlin: Springer.

PRESTI, Nichols. (2004) Bioquemistry and Neuropharmacology of Psilocybi. Mushrooms.

RIBEIRO, S. A celebração de Freud: contribuições para o Pensamento Freudiano para a neurociência e vice-versa. In: Por que Freud Hoje? Daniel Kupperman, orgs. São Paulo. Zagodoni, 2017.

ROSS, Stephen, et al. (2016). Rapid and sustained symptom reduction following psilocybin treatment for anxiety and depression in patients with life-threatening cancer: a randomized controlled trial. J Psychopharmacol, vol. 30; pp. 1165-1180.

SANZ, Camila et. al. (2018) The experience elicited by Hallucinogens Presents the Highest Similarity to Dreaming within a Large Database of Psychoactive Substance Reports. Frontiers in neuroscience, vol 12.

SCHINDLER, Emmanuelle, et al. (2015). Indoleamine hallucinogens in cluster headache: results of the Clusterbusters medication use survey. J Psychoact Drugs, vol. 47; pp. 372-381.

SEWELL; HALPERN; POPE. (2006). Response of cluster headache to psilocybin and LSD. Neurology, vol. 66; pp. 1920-1922.

STAMETS, Paul. Global Elologies, world distribution, and relative potency of psilocybin mushroom. In: METZNER, Ralph; DARLING, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press; pp. 1-48.

SCHULTES, Richard Evans; HOFFMANN, Albert; RÄTSCH, Christian (2001) Plants os the gods: their sacred, healing, and hallucinogenic powers. Switzerland: Healing Art press.

WASSON, Robert Gordon. (1957) Seeking the magic mushrrom. Life Magazine.

______. (1980) The wondrous mushroom: Mycolatry in Mesoamerica. New York: McGraw-Hill.

______. (1984) “Apresentação de R. Gordon Wasson”. In: ESTRADA, Álvaro. A vida de Maria Sabina. Brasileira. Martins Fontes.

WINNICOTT, Donald. (1975). O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago.


Daniel Kazahaya é psicanalista e psicólogo, doutorando em Ciências Médicas pela FCM-UNICAMP. Professor e Coordenador da Pós-graduação em Clínica Psicanalítica pela Universidade Municipal de São Caetano – USCS. Membro do Interdisciplinary Cooperation for Ayahuasca Research and Outreach – ICARO. email: danielkazahaya@gmail.com orcid: https://orcid.org/0000-0001-6808-8406

Rodolfo Olivieri é psicanalista em formação continuada, psicólogo e mestrando em Ciências Médicas pela FCM-UNICAMP. É membro e faz parte do corpo clínico do IPEP (Instituto de Pesquisa e Estudos em Psicanálise nos Espaços Públicos) e membro do ICARO (Interdisciplinary Cooperation for Ayahuasca Research and Outreach). email: rodolfoholivieri@gmail.com orcid: https://orcid.org/0000-0002-9447-3831

Luís Fernando Tófoli é médico psiquiatria. Doutor em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina da USP. Docente do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Coordenador do ICARO (Interdisciplinary Cooperation for Ayahuasca Research and Outreach). email: tofoli@unicamp.br orcid: https://orcid.org/0000-0003-2262-8272



[1] Frei Diego Durán, relatando a cerimônia de posse do Rei Montezuma do povo Asteca, em 1502. DURÁN, Frei Diego, apud WASSON, Robert Gordon (1980) The wondrous mushroom: Mycolatry in Mesoamerica. New York: McGraw-Hill. Tradução nossa.

[2] METZNER, Ralph (2004) “Introduction: Visionary Mushrooms of the Americas”. In: METZNER, Ralph; DARLING, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press, 2004; pp. 1-48.

[3] DURÁN, Fray Diego (1867) Historia de las indias de la nueva-españa y islãs de tierra firme. México: imprenta de J.M. Andrade y F.Escalante. Bajos de San Agustin num.1.

[4] METZNER, Ralph (2004) “Introduction: Visionary Mushrooms of the Americas”. In: METZNER, Ralph; DARLING, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press, 2004; pp. 1-48. COLLECTION. The Americas.

[5] SCHULTES, Richard Evans; HOFFMANN, Albert; RÄTSCH, Christian (2001) Plants os the gods: their sacred, healing, and hallucinogenic powers. Switzerland: Healing Art press.

[6] SCHULTES, Richard Evans; HOFFMANN, Albert; RÄTSCH, Christian (2001) Plants os the gods: their sacred, healing, and hallucinogenic powers. Switzerland: Healing Art press.

[7] Consulta sob solicitação via email. Disponível: <http://botlib.huh.harvard.edu/libraries/wasson.htm>.

[8] ESTRADA, Álvaro (1984) A vida de Maria Sabina. Brasileira. Martins Fontes.

[9] WASSON, Robert Gordon. (1984) “Apresentação de R. Gordon Wasson”. In: ESTRADA, Álvaro. A vida de Maria Sabina. Brasileira. Martins Fontes.

[10] WASSON, Robert Gordon. (1957) Seeking the magic mushrrom. Life Magazine.

[11] LANGLITZ, Nicolas (2013) Neuropsychedelia: the revival of hallucinogen research since the decade of the brain. Berkeley and Los Angeles: University of California Press.

[12] HOFMANN, Albert (1990) Ride through the Sierra Mazateca in Search of the magical plant ‘Ska Maria Pastora’. In: The sacred Mushroom seeker – Essays for Gordon Wasson. Portland: Dioscorides Press; pp. 15-27.

[13] LEARY, Timothy (2005) “The Initiation of the ‘High Priest’”. In: METZNER, Ralph; Darling, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press, 2004; pp. 160-178.

[14] LEARY, Timothy (2005) “The Initiation of the ‘High Priest’”. In: METZNER, Ralph; Darling, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press, 2004; pp. 160-178.

[15] METZNER, Ralph (2004) “Introduction: Visionary Mushrooms of the Americas”. In: METZNER, Ralph; DARLING, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press, 2004; pp. 1-48.

[16] METZNER, Ralph (2004) “Introduction: Visionary Mushrooms of the Americas”. In: METZNER, Ralph; DARLING, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press, 2004; pp. 1-48.

[17] BAUM, Dan (2016) Legalize it all. Harper’s Magazine.

[18] IAVELBERG, Carlos; MALDONADO, Raquel (2008) Restrições a drogas ameaçam rótulo de Holanda tolerante. Folha de São Paulo. Disponível: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0712200813.htm

[19] AMSTERDAM, Jan Van; OPPERHUIZEN, Antoon; BRINK, Win van den. (2011) Harm Potetial of magic mushroom use: A review. Regulatory Toxicology and Pharmacology, vol. 59, pp.423-429.

[20] AMSTERDAM, Jan Van; OPPERHUIZEN, Antoon; BRINK, Win van den. (2011) Harm Potetial of magic mushroom use: A review. Regulatory Toxicology and Pharmacology, vol. 59, pp. 2-3.

[21] AMSTERDAM, Jan Van; OPPERHUIZEN, Antoon; BRINK, Win van den. (2011) Harm Potetial of magic mushroom use: A review. Regulatory Toxicology and Pharmacology, vol. 59, pp. 2-3.

[22] LIM; WASYWICH; RUYGROK (2012) A fatal case of ‘magic mushroom’ ingestion in a heart transplant recipient. Intern Med J, vol. 42, n. 11, pp. 1268-1269.

[23] LIM; WASYWICH; RUYGROK (2012) A fatal case of ‘magic mushroom’ ingestion in a heart transplant recipient. Intern Med J, vol. 42, n. 11, pp. 1268-1269.

[24] LEONARD, James; ANDERSON, Bruce; KLEIN-SCHWARTZ, Wendy (2018) Does getting high hurt? Characterization of cases of LSD and psilocybin-containing mushroom exposures to national poison centers between 2000 and 2016. Journal of Psychopharmacology, vol. 32, n. 12, pp. 1286-1294.

[25] JOHNSTON, Lloyd et. al. (2012) Monitoring The Future: National Survey Results On Drug Use, 1975–2012. The University of Michigan Institute for Social Research.

[26] NUTT, David et al. (2010) Drug harms in the UK: a multicriteria decision analusis. The Lancet, vol. 376, pp. 1558-1565.

[27] PRESTI, Nichols. (2004) Bioquemistry and Neuropharmacology of Psilocybi. Mushrooms.

[28] LEARY, Timothy. (1961). Drugs, Set & Suggestibility. Paper presented at the annual meeting of the American Psychological Association.

[29] ESCOHOTADO, Antonio. (2000). Historia general de las Drogas. Madrid: Espasa.

[30] CARNEIRO Henrique (2021) Os Psicodélicos Ou Enteógenos: e a importância cultural das alucinações. Revista Platô, v. n. 5.

[31] SANZ, Camila et. al. (2018) The experience elicited by Hallucinogens Presents the Highest Similarity to Dreaming within a Large Database of Psychoactive Substance Reports. Frontiers in neuroscience, vol 12.

[32] MIKOSZ, José Eliézer. (2009). A arte visionária e a Ayahuasca: Representações Visuais de Espirais e Vórtices Inspiradas nos Estados Não ordinários de Consciência (ENOC). Tese de doutorado. Doutorado em Ciências Humanas. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.

[33] CARHART-HARRIS (2018). Psilocybin with psychological support for treatment-resistant depression: six-month follow-up. Psychopharmacology, vol. 235, n. 2; pp. 399–408.

[34] PRELLER; VOLLENWEIDER. (2017) “Phenomenology, Structure, and Dynamic of Psychedelic States”. In: HALBERSTADT; VOLLENWEIDER; NICHOLS (eds). Behavioral Neurobiology of Psychedelic Drugs. Current Topics in Behavioral Neurosciences. Berlin: Springer.

[35] FULGENCIO, Leopoldo. (2004) A noção de trauma em Freud e Winnicott. Nat. hum. [online], vol.6, n.2; pp. 255-270.

[36] WINNICOTT, Donald. (1975). O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago.

[37] WINNICOTT, Donald. (1975). O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago.

[38] MOURE, Walter Gustavo; SAFRA, Gilberto. (2005) Saudades da cura: estudos exploratório de terapêuticas de tradição indígena da Amazônia Peruana. São Paulo: Universidade de São Paulo.

[39] PRELLER; VOLLENWEIDER. (2017) “Phenomenology, Structure, and Dynamic of Psychedelic States”. In: HALBERSTADT; VOLLENWEIDER; NICHOLS (eds). Behavioral Neurobiology of Psychedelic Drugs. Current Topics in Behavioral Neurosciences. Berlin: Springer.

[40] GASTELUMENDI, Eduardo. (2013). Uma mirada psicoanalítica a la experiencia com ayahuasca. Revista Psicoanálisis, n. 12

[41] PASSIE, Thorsten. (2004) “A history of the use of psilocybin in psychotherapy”. In: METZNER, Ralph; DARLING, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press; pp. 1-48.

[42] ALLEN, John; ARTHUR, James (2004) “Etnomycology and distribution of the psilocybian mushroom”. In: METZNER, Ralph; DARLING, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press; pp. 1-48.

[43] STAMETS, Paul. Global Elologies, world distribution, and relative potency of psilocybin mushroom. In: METZNER, Ralph; DARLING, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press; pp. 1-48.

[44] PRESTI, Nichols. (2004) Bioquemistry and Neuropharmacology of Psilocybi. Mushrooms.

[45] PASSIE, Thorsten. (2004) “A history of the use of psilocybin in psychotherapy”. In: METZNER, Ralph; DARLING, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press; pp. 1-48.

[46] PASSIE, Thorsten. (2004) “A history of the use of psilocybin in psychotherapy”. In: METZNER, Ralph; DARLING, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press; pp. 1-48.

[47] ORAM Matthew (2017) The Trials of Psychedelic Therapy: LSD psychotherapy in America.

[48] PASSIE, Thorsten. (2004) “A history of the use of psilocybin in psychotherapy”. In: METZNER, Ralph; DARLING, Diane Conn. Teonanácatl: Sacred Mushroom of Visions. Rochester: Park Street Press; pp. 1-48.

[49] GROB, Charles et al. (2011). Pilot study of psilocybin treatment for anxiety in patients with advanced-stage cancer. Arch Gen Psychiatry, vol. 68, n. 1, pp. 71-78.

[50] GRIFFITHS, Roland, et al. (2016). Psilocybin produces substantial and sustained decreases in depression and anxiety in patients with life-threatening cancer: A randomized double-blind trial. Journal of psychopharmacology (Oxford, England), vol. 30, n. 12; pp. 1181–1197.

[51] ROSS, Stephen, et al. (2016). Rapid and sustained symptom reduction following psilocybin treatment for anxiety and depression in patients with life-threatening cancer: a randomized controlled trial. J Psychopharmacol, vol. 30; pp. 1165-1180.

[52] JOHNSON, Matthew, et al. (2014). Pilot study of the 5-HT2AR agonist psilocybin in the treatment of tobacco addiction. J Psychopharmacol, vol. 28; pp. 983-992.

[53] JOHNSON, Matthew, et al. (2017) An online survey of tobacco smoking cessation associated with naturalistic psychedelic use. J Psychopharmacol, vol. 31, n. 7; pp. 841-850.

[54] BOGENSCHUTZ, Michael, et al. (2015). Psilocybin-assisted treatment for alcohol dependence: a proof-of-concept study. J Psychopharmacol, vol. 29, n. 3; pp. 289-299.

[55] SEWELL; HALPERN; POPE. (2006). Response of cluster headache to psilocybin and LSD. Neurology, vol. 66; pp. 1920-1922.

[56] SCHINDLER, Emmanuelle, et al. (2015). Indoleamine hallucinogens in cluster headache: results of the Clusterbusters medication use survey. J Psychoact Drugs, vol. 47; pp. 372-381.

[57] CARHART-HARRIS, et al. (2016). Psilocybin with psychological support for treatment-resistant depression: an openlabel feasibility study. Lancet Psychiatry, vol. 3; pp. 619-627.

[58] MORENO, Francisco, et al. (2006). Safety, tolerability, and efficacy of psilocybin in 9 patients with obsessivecompulsive disorder. J Clin Psychiatry, vol. 67; pp. 1735-1740.

[59] JOHNSON, Matthew; GRIFFITHS, Roland (2017). Potential Therapeutic Effects of Psilocybin. Neurotherapeutics, vol. 14, n. 3, pp. 734-740.

[60] GROB, Charles et al. (2011). Pilot study of psilocybin treatment for anxiety in patients with advanced-stage cancer. Arch Gen Psychiatry, vol. 68, n. 1, pp. 71-78.

[61] GRIFFITHS, Roland, et al. (2016). Psilocybin produces substantial and sustained decreases in depression and anxiety in patients with life-threatening cancer: A randomized double-blind trial. Journal of psychopharmacology (Oxford, England), vol. 30, n. 12; pp. 1181–1197.

[62] CARHART-HARRIS, et al. (2016). Psilocybin with psychological support for treatment-resistant depression: an openlabel feasibility study. Lancet Psychiatry, vol. 3; pp. 619-627.

[63] GRIFFITHS, Roland, et al. (2008). Mystical-type experiences occasioned by psilocybin mediate the attribution of personal meaning and spiritual significance 14 months later. Journal of psychopharmacology (Oxford, England), vol. 22, n. 6; pp. 621–632.

[64] GRIFFITHS, Roland, et al. (2006). Psilocybin can occasion mystical-type experiences having substantial and sustained personal meaning and spiritual significance. Psychopharmacology, vol. 187, n. 3; pp. 268–292.

[65] GARCIA-ROMEU, Albert, GRIFFITHS, Roland; JOHNSON, Matthew (2014). Psilocybin-occasioned mystical experiences in the treatment of tobacco addiction. Current drug abuse reviews, vol. 7, n. 3; pp. 157–164.

[66] GRIFFITHS, Roland, et al. (2008). Mystical-type experiences occasioned by psilocybin mediate the attribution of personal meaning and spiritual significance 14 months later. Journal of psychopharmacology (Oxford, England), vol. 22, n. 6; pp. 621–632.

[67] JOHNSON, Matthew; GRIFFITHS, Roland (2017). Potential Therapeutic Effects of Psilocybin. Neurotherapeutics, vol. 14, n. 3, pp. 734-740.

[68] GRIFFITHS, Roland. (2017). Johns Hopkins Psilocybin Research Project: Studies of Mystical Experience Adverse Effects, Meditation in Health Volunteers, and Palliative Effects in Cancer Patients – Implications for Spirituality and Therapeutics. [vídeo]. Califórnia.

[69] JOHNSON MW, GRIFFITHS RR. Potential Therapeutic Effects of Psilocybin. Neurotherapeutics. 2017 Jul;14(3):734-740. doi: 10.1007/s13311-017-0542-y. PMID: 28585222; PMCID: PMC5509636. 2017a.

[70] BITTENCOURT, Aline Alvares, Benetti, Silvia Pereira da Cruz, & Serralta, Fernanda Barcellos. (2018). Integração entre pesquisa empírica e prática clínica psicanalítica: um estudo ilustrativo. Contextos Clínicos, 11(1), 136-147.

[71] MORAES, João Antônio Pentagna de. Cartografias do inconsciente. 2017. 200 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia: Psicologia Clínica) – Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia: Psicologia Clínica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2017.

[72] RIBEIRO, S. A celebração de Freud: contribuições para o Pensamento Freudiano para a neurociência e vice-versa. In: Por que Freud Hoje? Daniel Kupperman, orgs. São Paulo. Zagodoni, 2017.

[73] CARHART-HARRIS, R. L., & FRISTON, K. J. (2010). The default-mode, ego-functions and free-energy: a neurobiological account of Freudian ideas. Brain, 133(4), https://academic.oup.com/brain/article/133/4/1265/307446#main-content, 1265-1283.

[74] ANDERSEN, Kristoffer, et al. (2021) Therapeutic effects of classic serotonergic psychedelics: A systematic review of modern-era clinical studies. Acta Psychiatr Scand, vol. 143, n. 2; pp. 101-118.

[75] PLOTKIN, Mariano (2001). Freud in the Pampas: The emergence and development of psychoanalytic culture in Argentina. Stanford University Press.

[76] PLOTKIN, Mariano (2001). Freud in the Pampas: The emergence and development of psychoanalytic culture in Argentina. Stanford University Press.




COMO CITAR ESTE ARTIGO | KAZAHAYA, Daniel; OLIVERI, Rodolfo; TÓFOLI, Luís Fernando (2023) Teonanácatl: pode um cogumelo psicodélico interessar ao psicanalista? Lacuna: uma revista de psicanálise, São Paulo, n. -14, p. 3, 2023. Disponível em: <https://revistalacuna.com/2022/12/08/n-14-03/>